A senhora não tem remédio… padece de um mal comum em pessoas a quem o poder leva ao delírio narcísico.
Maria de Lurdes Rodrigues diz que avaliação de professores acabou em Portugal
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Respondendo a uma questão sobre o fim da prova de admissão à carreira, Maria de Lurdes Rodrigues, que pertenceu ao Governo liderado por José Sócrates entre 2005 e 2009, assumiu na presença dos outros ex-ministros da Educação que o final do seu mandato mostrou que “não existem condições objectivas” para introduzir a avaliação docente.
Como respondi à Clara Viana, isto não é verdade. Objectivamente. Mesmo se a add que temos e que resulta da enésima pseudo-simplificação, não serve para nada e é uma palhaçada porque ela começou a destruição da carreira docente, que foi completada por Nuno Crato e o actual ministro não reverteu, inverteu ou o que quer que seja. Temos aulas assistidas obrigatoriamente em dois escalões (e podem acontecer em outros, sendo que a carreira só formalmente tem dez escalões), elaboramos relatórios que são avaliados anualmente e fazemos formação como se fosse tudo a sério.
A avaliação do desempenho existe, mesmo se acredito que (não tendo assistido) que tod@s @s presentes tenham fingido que o que ela disse é verdade. Se é uma porcaria? Poderia não ser se a “formação” dos avaliadores e o seu recrutamento não fosse na base das poupadices. Se não serve para nada? Objectivamente, não serve. A carreira docente está defunta há uma década e tudo o que seja dito em contrário, será uma piedosa pós-verdade.
Aliás, naquela tertúlia, há alguns enormes especialistas em pós-verdades e, no fundo, são todos amig@s, unid@s pelo bicho-papão do “corporativismo docente” que gostam de demonizar muitas vezes na pessoa do líder da fenprof que, como ainda andamos a ver por estes dias, tem sido mais parceiro do que antagonista na domesticação dos professores. Em relação aos professores reais que os contestam e às suas políticas de sucesso de que são os únicos responsáveis auto-proclamados, gostam de dar a entender que não passam de carneiros ou radicais extremistas.
Quanto ao grande líder da luta docente fora da sala de aula, basta vê-lo pianinho, pianinho, ao fim de dois orçamentos e sem que nada de essencial tenha mudado para os professores de uma carreira que só existe no papel e para estatísticas da OCDE sem relação com a realidade.
Resta saber se, amanhã, ainda aparece uma pitada de contraditório.