Das quezílias parlamentares em torno da (im)parcialidade de Ferros Rodrigues ao vocabulário usado nas disputas entre o anterior e o actual PM, pasando por dezenas de armas desaparecidas dos armazéns da polícia, juízes envolvidos em actividades suspeitas, antigos presidentes da República a publicar memórias a rondar a mesquinhez (tentando limpar-se da culpa de uma cumplicidade longa com a degradação socrática), o país resvalou de novo para um patamar a lembrar o pior de alguma América Latina em que do Estado se perdeu o sentido e os actores políticos são de uma mediocridade confrangedora, apenas se destacando pela forma oportunista como se agarram a todo e qualquer poder.
E o actual PR na sua permanente agitação vai perdendo qualquer gravitas que lhe permita elevar-se acima dos que se acham mais do que seus pares.
É bom que se perceba que tudo isto atinge a maior parte das principais figuras, presentes e passadas, da República, bem como das suas instituições (justiça, segurança pública). A vida política e pública torna-se um circo sem graça, um lamaçal imenso onde chafurdam bácoros em busca dos restos do banquete. E que é assim que se alimenta o crescimento de trumpes e lepénes.