Não me Apetece Comentar

Em defesa das suas carreiras, professores voltarão à luta!

São muito preocupantes as notícias vindas a público sobre o futuro das carreiras na Administração Pública, pelo que, a não corresponderem à verdade, exigiriam do Governo um inequívoco desmentido.

Amanhã passam 9 anos sobre uma grande manifestação de que tentei fazer um retrato há um ano. Este tipo de floreados e guerras de alecrim e manjerona dão-me uma certa volta aos intestinos. Sim, sei que se não dissessem ou fizessem nada, seriam criticados. O problema é que – ao contrário do que muitos afirmam – a inconsequência destes lutadores é imensa. O crédito nas escolas é pouco mais do que nulo, sendo suportados porque são legalmente os nossos representantes e temos de viver com isso. O que gostaríamos – e acho que falo por uma grande número de colegas – era ver os profissionais do sindicalismo a dar aulas e sem fazerem choradinhos do imenso trabalho que dá andarem de passeio pelo país a mobilizar.

Agora reparem no título acima e o que há umas horas aparecia quando era partilhado “numa rede social”. A diferença é curiosa.

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É nestes momentos que o brunodecarvalho faz sentido. De que me serve um génio do sindicalismo que é granadeirado anos a fio e, pior, nos faz granadeirar a todos?

O Que Resta?

Da empreendedora banca privada nacional? Há algum banco relevante que não tenha sido vendido a espanhóis, chineses ou angolanos? Os ulricos&salgados não passaram de um epifenómeno de presunção e imensa água benzida pelo poder político em busca de lugares em administrações.

Resta a CGD pública, mas não é por falta de tentativas para a afundar.

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Afinal, o ME Sempre Acha que Somos Corruptos

Soube hoje que o ministério da educação decidiu proibir as editoras de distribuir mais de um manual por grupo disciplinar para análise em anos de adopção de novos.

A este respeito, algumas notas breves:

  • Se nada estava substancialmente mal (e eu ouvi um alto responsável dizer publicamente à minha frente que não estava), se não havia suspeições sobre a conduta dos professores, estranho a mudança de directrizes. Este tipo de medida apenas serve para dar a entender que, realmente, existiria um qualquer tipo de corrupção no processo de escolha dos manuais. Quiçá devido ao testemunho de culpados arrependidos que gostam de lançar lama sobre os outros.
  • Os manuais que vinham “em excesso” a mim de pouco servem empilhados, sendo que eram muitos os professores que depois os doavam às bibliotecas escolares ou depositavam em bancos de materiais para alunos carenciados. Os não adoptados eram muitas vezes encaminhados para outro tipo de destinos assistenciais, incluindo em palop.
  • Se a medida se destina a, fazendo menos umas centenas ou milhares de manuais, embaratecer o produto final vendido aos alunos, irei verificar se isso assim acontecerá no presente ano lectivo e, por mim, excluirei das minhas preferências todo e qualquer manual que não apresente uma significativa descida do custo (menos 50 cêntimos ou 1 euro como cosmética não conta).
  • Recuso-me a ir às sessões de sumos e croquetes, alegadamente de “formação” sobre novos manuais, independentemente dos créditos dados ou das estrelas do hotel. Não estou contra quem vai… cada pessoa é um caso. Eu é que tenho coisas mais interessantes para fazer.
  • Aguardo legislação sobre períodos de nojo e incompatibilidades entre o exercício de cargos de responsabilidade na estrutura de chefias do ME ou mesmo de cargos de tipo político e o exercício de cargos de conselheiro ou consultor (científico, pedagógico, etc), administrador ou equivalente nas empresas que operam no mercado dos materiais escolares. Acrescentaria familiares directos a este tipo de cautelas. E não apenas para o futuro. Já para quem lá anda agora.
  • Aguardo, já agora, legislação ou orientações claras que permitam que a não adopção de um manual oficial seja algo permitido como normal e não como excepção a justificar de forma demorada.

Por fim, há quem pareça não ter percebido que este nível de proibições – tipo lei seca – é o mais fértil terreno para truques por debaixo dos panos.

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As AEC

Bom dia,

Venho por este meio expor a seguinte situação  que, ao longo dos tempos, eu, como docente, estou a ser confrontado nas aulas, nas reuniões dos Conselhos de Turmas ou de Departamento:

– Os alunos quando chegam ao quinto ano, no segundo ciclo, têm uma atitude de desvalorização  para com as disciplinas de Educação Visual, Educação Física e de Educação Musical;

– A razão principal para a “secundarização” destas disciplinas por parte dos discentes é por causa das AECs (Atividades de Enriquecimento Curricular), já que essas aulas têm uma função fundamentalmente de carácter lúdico e sendo leccionadas, muitas vezes, por um professor numa situação precária e mal paga (é por isso que durante o ano letivo, os professor das AECs vão sendo vários à mesma turma, devido ao facto de, quando o docente encontra um horário mais favorável e uma escola mais perto da sua residência mude).

-Também há que realçar a importância esmagadora que tem sido dada ao Português e à Matemática no Primeiro Ciclo, nos últimos anos, em detrimento das outras áreas disciplinares.

– Em terceiro lugar, a falta de condições físicas (destaco o caso da Educação Física, que é um drama leccionar nos dias de chuva), em muitas escolas do primeiro Ciclo e a falta de material de apoio.

Cumprimentos,
Alberto Miranda
(Professor do grupo 240).