Claro que o problema sempre foi o salário dos professores e a sua progressão. Claro que muito do que aconteceu não foi porque se queriam tapar buracos de forma disfarçada. E claro que as cardonas&varas nada têm a ver com isto, nem toda aquela tropa fandanga que os governos colocaram estrategicamente nas sucessivas administrações para facilitar créditos de milhões, enquanto aumenta todo o tipo de taxas para os pequenos depositantes, chegando mesmo a atribuir cartões e a cobrá-los a quem nem sequer os pedia.
CGD perdeu quase quatro mil milhões de euros em seis anos
Banco público teve um prejuízo histórico de 1859 milhões no ano passado para limpar o balanço e só vai voltar aos lucros em 2018.
Os banqueiros portugueses – ou quem tenta passar por isso – são um dos maiores nichos de incompetência pretensiosa deste país, armados em moralistas das despesas e dos rendimentos alheios quando andaram anos a fio a afundar o país, mas com a possibilidade do poder político os encobrir e nunca vir alguém a ser devidamente responsabilizado, por ser mais do que incestuosa a relação.
É obscena a forma como muita desta gente se continua a passear por aí – com “banqueiros”, “empresários” ou apenas duques do iseg que dão honoris causa a salgados a terem direito a lugar cativo no programa do vidente gomes ferreira – e a achar que tem qualquer tipo de autoridade (moral, técnica, humana) sobre a maioria da população. Pena é que estes fluxos fiquem no limbo e tenham sido comprados exclusivos para expurgar a informação dos nomes e operações mais incómodas para o clube dos desinformantes.
Há que dar alguma informação de aparato, para que possa ser reservada a mais relevante.
E a geringonça política não está inocente nisto, porque alguns de topo são herdeiros directos de uma das situações responsáveis por este descalabro (e muito beneficiou durante anos com, por exemplo, a complacência mútua com os espíritosantos) e outros preferem fazer ondas ao lado e até defender quem sabem que é culpado de muita tropelia… mas que sabe muita coisa enlameada e é pouco aconselhável que diga tudo o que sabe. Mesmo incriminando-se para não cair sozinho.
Mas isto tem de ser investigado. E se houve varas de porcos a roubar o que não lhes pertencia, terão de repor o que roubaram ou ir para a cadeia.
Pelo menos é assim que as coisas se passam num país civilizado. Portugal é um país civilizado, não é? Ou não?
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