Esta passagem explica muito em relação à importância da definição do que é o “currículo essencial” ou, no caso da terminologia de então… o que é o “tronco comum” do currículo. Não é uma questão neutra, é um exercício de poder e acreditem que o que se joga está a léguas do “interesse dos alunos“. Quem está à mesa, com a faca na mão e o pão alia diante de si, quando reparte e decide quem tem direito às fatias “essenciais”…
A Reforma dos Programas Escolares (1992).Rio Tinto: Edições Asa, p. 87.
A conversa do “diálogo intenso” com as escolas é apenas uma estratégia de sedução para dar a entender que partilharam decisões tomadas por meia dúzia de representantes de poderosos grupos de pressão que operam de forma quase livre nos corredores do ME, agora mais uns do que outros que por lá andavam no mandato anterior . Ou acham que a conversa em torno das horas de Português e Matemática é um acaso (a APM e a APP não andam a brincar em serviço… tomara eu que a APH não fosse tão fofinha)? Já viram como a quem criticava tanto as “disciplinas estruturantes” de Crato agora nem passa pela cabeça aceitar qualquer redução se for o seu nicho a ser atingido?