Dia: 21 de Março, 2017
E o que é Essencial?
As afirmações de Oliveira Martins são óbvias (“Flexibilidade curricular não pode sacrificar o que é essencial, defende Oliveira Martins“), o problema é a definição de “essencial”. Pelo que ontem foi disto em Setúbal, para o sucesso verdascado o essencial é poupar dinheiro que (deixa-me rir) dizem que será “devolvido às escolas” (mais ou menos dito assim). Para o secretário de Estado reformador, é acrescentar mais uns diplomas reformistas à longa lista que um recente relatório do CNE alinhavou com evidentes lacunas para o período rodriguista, desde logo o PAM e tanta outra parafernália legislativa (cf. RelatórioTécnico_PerfilAluno). E ainda há o que esteve para ser e não foi, mas pelo caminho implicou muito trabalho para quase nada (alguém se lembra da TLEBS, tão estimada pelo actual SE?).
Quando tanto se critica a visão estreita de Crato de um currículo esquelético, básico, o que poderemos dizer desta fixação com o “essencial”? Lá me estão outra vez a dar as comichezas…
Temos Bom Gosto e Prioridades
O Álibi da Ignorância
Já que andamos numa de críticas veladas, eu desvelo-me em ler quem justifica com o desconhecimento do passado a sua defesa de medidas recauchutadas. Do género, vou defender a existência de liceus exclusivamente femininos, para desenvolver a educação das meninas e jovens donzelas, como se isso não tivesse acontecido há mais de 100 anos e fosse necessário experimentar de novo, para perceber porque se abandonou a prática.
Encontro, nessa atitude de justificar o erro com a ignorância, algum ponto de convergência com a estratégia de alguns alunos.
Palavra do Senhor
Espalhada ontem em massa no IPSetúbal: chumbar alunos é caro. E pronto, poderiam ter ficado por aí e ido para casa proibir, de vez, qualquer retenção. Mas falta-lhes a capacidade de ir até ao fim. Portanto, moem, moem, moem mais que uma dor no dente do siso. O sucesso verdascado é assim: uma questão financeira e secundariamente pedagógica. Ou seja, desenvolvem-se pedagogias para servir às poupanças… só falta reduzir tudo ao “essencial”. Com flexibilidade. Mas sem anestesia.
Interessante
Embora não tenha sido aprovado, divulga-se o parecer e as recomendações. São estratégias comunicacionais hábeis.