… só se aplica ao modelo de escolas e aos professores?
Para quando um grande movimento em defesa da Justiça para o século XXI (ou XXII), a defender nova formação para juízes e advogados e o fim do modelo herdado do Antigo Regime em que o juiz está num plano mais elevado na sala de audiências e tudo decorre como em tempos de antanho? É bem verdade que, até misteriosamente se calar, esta era a grande plataforma pública do marinhopinto.
Ou a defesa dos hospitais do século XXI (ou XXII), com os doentes a serem analisados por programas informáticos, sem necessidade de médicos ou enfermeiros do século XX, num modelo que abandone a velha dicotomia doente/saudável, pois o estado de saúde/doença é um contínuo e não uma oposição de estados opostos? E até poderíamos passar para um “paradigma” em que a doença não é mais do que uma percepção distorcida dos indivíduos, baseada no egoísmo de que merecem ter a vida mais longa possível, apesar dos custos que isso acarreta (pensando bem… já há quem decida quanto é que vale uma vida…).
Ou uma polícia do século XXI (ou XXII), em que a avaliação do acto criminoso deve ser ponderada (raios… também há quem já defenda isto!) e relativizada, pois tudo depende do contexto e de crenças culturais, não sendo aquilo que consideramos no nosso mundo europocêntrico atentado à propriedade mais do que um acto de respeito pelo sucesso alheio na Papua ou na Amazónia profunda (sei lá!, o boaventura deve saber melhor). ou então podemos preferir o conceito de pré-crime do Minority Report.
Ou assim por diante, porque isto ser só a Educação a ter de entrar no século XXI (ou XXII) é um bocado chato e discriminatório, até porque há áreas da vida (como as do Trabalho ou da Segurança Social) que deram um salto bastante sensível para o início do século XX e estas mesmas pessoas não parecem ter-se sentido nada preocupadas.