Mas Depois Queixam-se se Fizermos Caricaturas ao Contrário

Para defender uma posição, nem sempre é necessário reduzirmos tudo a uma caricatura do real, quiçá demasiado marcada por traumas pessoais.

Justifica-se continuar a pedir a crianças e adolescentes que fiquem sentados numa sala de aulas, de forma passiva, enquanto o professor os inunda com saber enciclopédico debitado e factos a que podem aceder rapidamente em qualquer site ou vídeo na internet? Justifica-se que os alunos não possam falar uns com os outros para debater matérias?

Felizmente, os jornalistas que escreveram a peça tiveram a noção do quanto isto é redutor e estereotipado. Há, realmente, aulas assim e professores com um modelo velho de ensinar, mas nem sempre são os mais velhos e quantas vezes a utilização de novas tecnologias é apenas mais uma forma de domesticação do pensamento do que de estímulo da criatividade.

O grande – ENORME – equívoco de muita gente é pensar que passar parte das funções humanas para zingarelhos electrónicos melhora as capacidades de aprendizagem e as “competências”, quando apenas se trata de acelerar a capacidade de encontrar e tratar mecanicamente a informação.

Releitura do pensador de Rodin

O Relativismo em Movimento

O Observador já tinha dado espaço ao mais imbecil artigo de opinião sobre o episódio de Torremolinos. Fiz os possíveis por esquecê-lo, mas agora voltei a recordá-lo por causa da longa peça que em termos jornalísticos tem o seu interesse, embora devesse pagar direitos ao autor do blogue de ontem retiraram a maior parte da informação sobre o que se passou em 1980 (eu também me lembro do que me foi contado por alguns colegas meus mais velhos que foram, pois eu ainda andava no 10º e, como já disse, nunca fui dados a estes “rituais de passagem”). Quanto a tudo o mais e aos esforços por tentar fazer paralelismos entre o que se passou então e agora, insinuando que estes são os filhos dos de então, que não é muito aceitável criticar o presente devido aos desmandos do passado, eu gostaria de destacar uma passagem que, logo no início do artigo, faz toda a diferença:

Os distúrbios e estragos causados pelos estudantes levaram o caso ao Parlamento, foi aberto um inquérito, e nos anos que se seguiram ficaram proibidas as viagens de finalistas àquela cidade da costa espanhola.

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