Para defender uma posição, nem sempre é necessário reduzirmos tudo a uma caricatura do real, quiçá demasiado marcada por traumas pessoais.
Felizmente, os jornalistas que escreveram a peça tiveram a noção do quanto isto é redutor e estereotipado. Há, realmente, aulas assim e professores com um modelo velho de ensinar, mas nem sempre são os mais velhos e quantas vezes a utilização de novas tecnologias é apenas mais uma forma de domesticação do pensamento do que de estímulo da criatividade.
O grande – ENORME – equívoco de muita gente é pensar que passar parte das funções humanas para zingarelhos electrónicos melhora as capacidades de aprendizagem e as “competências”, quando apenas se trata de acelerar a capacidade de encontrar e tratar mecanicamente a informação.
Se assim fosse os “trabalhos” realizados pelos alunos não seriam cópias da wikipédia.
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Está a caminho uma nova forma de proletarização dos professores, reduzidos a ”entertaineres” de uma suposta revolução pedagógica. Que consiste no seguinte: uso de tecnologia e tudo a prender , investigando, supostamente investigando… Apelam a uma espécie de caos controlado porque, para o jovem dos nosso tempo, tudo é uma infindável seca…
Depois estudar para quê? aprender para quê? Está tudo no Google…
Podemos estar a caminho de uma nova geração, mais ignorante e acrítica, com a desculpa que são muito competentes e tal… Se calhar até é isso que se pretende… São muito competentes mas não sabem nada … porque, supostamente, está tudo ” online”.
Há, por aí, muitos crentes, com argumentos inenarráveis, a defenderem esta nova maravilha…
É claro que para as elites este ensino interessará pouco…
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Subscrevo.
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Gostava de fazer uma experiência, que pudesse ser filmada sem o conhecimento dos sujeitos experimentais. A ideia é simples. Um professor apresenta à turma um dos textos destes pedagogos livre-pensadores (até pode ser um vídeo). O guião do trabalho para grupos de dois passa por ler o documento, detectar as teses e argumentos e assentar as conclusões após discussão. Pergunto: quantos alunos, no final das aulas previstas para a actividade, a concluiriam?; quantos, na verdade, teriam a capacidade de concentração para ler o texto de fio a pavio ou para ver o vídeo em silêncio? Poderia multiplicar as interrogações. O problema, que algumas luminárias não querem ver, é que a desmotivação e o insucesso dos alunos, que aparentemente tanto lamentam, não se deve à falta de fomento de competências em sala de aula devido a um modelo de ensino obsoleto que soterraria as suas vítimas sob uma avalanche de conteúdos, mas à impossibilidade de desenvolvimento de quaisquer competências de ordem superior sem a destreza em competências básicas (estar concentrado, analisar um texto, comparar informações, distinguir tese de argumento, apreciar o valor lógico e científico de um argumento), e estas competências só se adquirem através de… conteúdos. A promoção de (reais) competências e o domínio (efectivo) de conteúdos apelam às mesmas faculdades cognitivas e são vectores de um mesmo processo.
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Mas os tipos que tanto se entretêm a critiar as salas de aula “normais” (leia-se, os professores que lá estão a trabalhar) vieram de que escolas? E de que planeta, já agora?
É exasperante ver o quanto qualquer coisita que pareça “diferente” (do quê?), “original” (será mesmo original, ou eles é que não conhecem mais nada?) e “moderna” (será da Idade Moderna) espevita certas mentes, convencidas de que a escola ainda funciona como (eles imaginam que) funcionava a escola do século 15 a.c.
Quando nos deixarão concentrar no que é necessário, que RF acima sublinha, e deixam de elogiar o fogo-de-artifício só porque é uma coisa muito “inovadora” e “moderna”? Que pachorra!
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preconceitos enraizados,,,muitos profs não usam essa metodologia…nunca usei…vários adolescentes mesmo com tecnologia 3D não se interessariam pelos conteúdos, apenas pela tecnologia…
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