Diz-se que a redução mitigada dos alunos por turma avança nas “escolas mais pobres”, argumento demagógico, porque há escolas TEIP em zonas menos desfavorecidas do que outras escolas “regulares”. A verdade é que, não querendo avançar com a medida de forma generalizada, o ME optou por um grupo de escolas com um estatuto particular relacionado com os níveis de insucesso e atirou com o spin de “mais pobres”. E apenas para os anos iniciais de ciclo.
Seja como for, chegará para afirmarem que estão a cumprir promessas e aos seus apoiantes extra-PS para dizerem que alguma coisa se fez e se reverteram medidas de Nuno Crato.
É melhor do que nada? É!
É suficiente? Não!
É curioso como as pessoas que antes não aceitavam medidas laborais restritivas nos tempos em que a troika estava mesmo cá, agora não se queixam com a sua manutenção e agravamento (devido aos efeitos cumulativos passagem do tempo) quando se afirma que esses tempos já se foram e que Portugal é um case-study de recuperação e de sucesso. É curioso como amanhã se irá fazer uma acção de rua sindical que teve um grau de mobilização a roçar o zero nas escolas. É curioso, ainda, como esta equipa ministerial parece mesmo não perceber o esgotamento a que está a chegar o corpo docente da grande generalidade das escolas e não apenas das TEIP. Preferem chamar-lhe “envelhecimento” e reclamar por um “rejuvenescimento” medido ao milímetro em vagas excepcionais que trarão para as escolas professores já muito massacrados por anos de deriva pelos país e precariedade contínua.
Serão esses poucos melhor do que nenhuns? Sim!
Será suficientes? Não!
A mim enfurece particularmente a hipocrisia dos que acham que este tipo de medidas, contadas à gota ao contrário do que é prática em outras áreas da governança, chegam para melhorar qualquer coisa de significativo na vida das escolas e nas condições de trabalho dos professores. Bem como me enfurece aquele estribilho acusador do “corporativismo”, em especial quando vindo de dentro, por quem parece achar-se mais do que o do lado só porque tem o seu nicho assegurado.
Como enfurece a percepção cada vez mais clara da captura do ME não por sindicatos mas por grupos específicos de professores, ligados a um leque restrito de áreas disciplinares, que vão conseguindo concessões específicas, por vezes à conta da continuação do sacrifício da maioria. Basta verificar a “filiação” de alguns nomes da “estrutura” e perceber quem se chega muito à frente a defender a bondade de coisas que a generalidade dos professores, estúpida que é, por certo, não consegue vislumbrar, mesmo se opta por já nem contestar em voz alta.
Roma já não é o que era e as trinta moedas só dão para alguns.
Subscrevo, caro colega.
Gostei, especialmente, desta parte :”É curioso, ainda, como esta equipa ministerial parece mesmo não perceber o esgotamento a que está a chegar o corpo docente da grande generalidade das escolas e não apenas das TEIP. ”
Perceber, até que devem perceber, mas finge-se e assobia-se para o lado. Basta ver , ouvir ou ler o que dizem estes vários actores sobre os professores que é NADA. Nem uma motivaçãozita. NADA.
Fazem mal.
GostarGostar
absolutamente de acordo
GostarGostar
Desculpe lá!!!
Mas os sindicatos e associações estão MORTOS????!!!
GostarGostar