Como durante estas férias/pausa não me fui ilustrar em viagens distantes, aproveitei para me encontrar, conviver e, claro falar com amig@s e colegas que também têm esta interessante profissão sobre a maneira como na suas paragens de encara aquilo a que se designa como “supervisão pedagógica”.
A maioria concordou numa caracterização que tem os seguintes pontos fundamentais:
- Definir critérios de avaliação (em conselho pedagógico, departamento, grupo disciplinar, conselho de turma) aparentemente muito completos, cheios de ponderações, alíneas e sub-alíneas.
- Criar grelhas/tabelas para registo da avaliação feita em todos esses critérios, com uma nível de sofisticação de fazer inveja a muito maníaco da estatística.
- Preencher afanosamente tais grelhas, não esquecendo nenhuma célula.
- Mostrar essas grelhas aos “supervisores” designados (coordenadores de departamento, directores de turma, fiscalizadores oficiais de equipas de avaliação interna ou dos planos para o sucesso, etc, etc), para ver se está tudo bem preenchido no sentido do sucesso.
- Refazer as coisas se as estatísticas finais desagradarem às metas traçadas superiormente.
Também parecem ser tendências comuns a padronização de critérios entre disciplinas e turmas, matando à nascença qualquer esperança de diferenciação e a ausência quase completa de um acompanhamento do trabalho pedagógico “supervisionado”.
Claro que ainda há excepções, mas a verdasquice do sucesso tem dado nesta pobreza fransciscana que passa por ser uma coisa que não é. Ou melhor, que se destina a fazer parecer que é o que não é. Ou algo assim.
Isto é controlo e não supervisão. Isto não é pedagógico é meramente administrativo. Chamem-lhe “controlo administrativo”, não nos ofendam mais a inteligência que ainda sobrevive ao massacre.