Trump’s ‘Madman Theory’ Isn’t Strategic Unpredictability. It’s Just Crazy.
What worked for the president on the campaign trail is now becoming his greatest foreign-policy weakness.
Dia: 19 de Abril, 2017
Digressão de Charme
A equipa do ME anda pelo país em digressão neste início de 3º período. O que não é mau, se for para ouvir sem preconceitos e pré-coisas. Já se for para evangelizar, é capaz de ser tempo perdido porque o pessoal está um bocado fartinho. Tirando o grupo de entusiastas do costume, claro.
Mais estranho é quando se faz um grande secretismo da coisa, a nível interno, como me consta em relação a este ou aquele caso. Será com medo de perguntas inconvenientes?
Silêncio
Nem sempre lhe é dado o devido valor. Nem sempre é compreendida a sua falta por parte das pessoas que não entendem o que é passar horas no meio do reboliço sonoro. Uma vantagem de se escrever é que o processo é silencioso e quem não quer ler tem solução fácil. Já deixar de ouvir quem fala por tudo e nada é mais complicado. Andar de dedos nos ouvidos ou com auriculares a fingir que se está a ouvir música não é vida e faz impressão. Há quem tenha medo da ausência de ruído como se esse fosse sinal de vazio. Por vezes, o silêncio impede caridosamente que contactemos com o vazio ruidoso. Como aquelas pessoas que nas filas abanam os chaveiros para fazer uma espécie de prova de vida. Há quem pareça só se sentir bem a produzir qualquer forma de manifestação sonora e tanto mais quanto revelam qualquer falta de sensibilidade para o cansaço alheio em relação à inconsequência de abrir a boca para pouco mais do que nada ou ainda pior.
Não estou a falar apenas de notícias ou comentadores televisivos. Mas também.
Poupem-me, Porque Ando Farto de Tretas
Sim, eu sei que é muito popular nos tempos que correm afirmar coisas como “a escola não é um lugar para ensinar, mas um lugar para aprender”, que “a aprendizagem centra-se no aluno; ele é o construtor da sua própria aprendizagem” e que “isto implica que o professor imagine e crie metodologias de autoaprendizagem que levem o aluno a descobrir e a pensar, sendo que o papel do professor é acompanhar e orientar o aluno nesse caminho de descoberta.”
Eu sei que isto é, de novo, um must entre muita gente que defende mudanças de “paradigma” e que, a cada reforma que pretende aplicar, puxa do argumento da centralidade do aluno em todo o processo educativo, empurrando o professor para um papel de apagamento ou mesmo subalternidade. Muito em especial quando se quer retirar-lhe competências na área da avaliação ou da imposição de regras. Para além do mais, verdade se diga, muitos dos defensores desta teorização tem uma forma tão fofinha de apresentar as coisas, parecem ter as evidências tão do seu lado que até fica mal discordar e dizer que a sua atitude é, pelo menos em boa parte, errada, seja no presente, seja em termos históricos.
Recordemos aos distraídos ou aos que acham que a História da Educação existe desde que se conhecem como professores, que historicamente foram os alunos a ir em busca dos professores e não o contrário. Desde a Grécia Clássica que sabemos que aqueles que eram encarados como mestres (palavra agora quase proibida, a menos que seja para designar quem acaba um segundo ciclo de estudos superiores que mal parece um só ciclo) eram procurados pelos que queriam ser seus discípulos e com eles aprenderem mais do que as competências da vida quotidiana ou as evidências do senso comum. A etimologia do termo “educar” (educere, educare) aponta para a abertura dos indivíduos ao conhecimento do que os rodeia, para algo além do que já são e conhecem. Assim como o termo grego scholé se refere a um tempo/espaço de lazer, descanso, em que se procurava conhecer algo. Aprender, certo. Mas com a presença indispensável de quem estava em condições de transmitir os conhecimentos a aprender, diferentes das aprendizagens feitas na vida comum ou do mero senso comum. Pelo senso comum, estaríamos ainda nos tempos da terra plana com o sol em seu redor.
O mesmo se passaria na Idade Média. As Universidades, enquanto instituições de ensino que se vão desligando do controlo religioso do saber a transmitir, nasceram da busca de conhecimentos pelos alunos, que procuravam quem lhes ensinasse algo mais do que aquilo que poderia ser aprendido no seu dia a dia ou com recurso aos mais velhos. A educação, enquanto busca de saber novo, não se deve confundir com o tradicionalismo das aprendizagens em oficinas ou com a transmissão acrítica e fiel dos dogmas religiosos.
A escola é um lugar para aprender, certamente. Não existe sem alunos, como é óbvio. Mas sem professores, sem ensino, é outra coisa. Pode ser um enorme piquenique na floresta para descobrir à vista desarmada as maravilhas poéticas da Natureza, pode ser uma animada reunião da tribo à volta da fogueira para contar caçadas heróicas, pode ser um serão familiar onde se transmitem mitos de origens ou lendas fantásticas. Pode ser algo extraordinário. Mas não é uma escola, enquanto tal. Há a designação “escola da vida”, que muita gente exibe justamente com orgulho. Mas não é a escola numa acepção do termo que vem de longe. Mesmo se mudou muito ao longo do tempo, a educação e a escola organiza-se em torno da transmissão de conhecimentos que se se distinguem do que pode ser aprendido nas ruas, entre pares ou em família. Transmissão essa que implica a existência, num plano de igual necessidade, de emissores e receptores. De professores e alunos. Alunos e professores. Uns não existem sem os outros. Os professores não existem sem alunos. Mas os alunos também não fazem sentido sem professores.
As escolas são lugares para se ensinar e aprender. Na Grécia Antiga, em Roma, na Idade Média, na Manchester industrial, agora, no século XXV. Pode mudar-se a configuração aparente da relação estabelecida em torno da transmissão de conhecimentos, o espaço físico onde essa relação se desenvolve ou mesmo os acessórios que a auxiliam em cada época, mas aquela do “todos somos alunos e todos somos professores” é um cliché que retrata apenas uma pequena parte da realidade porque, se as coisas fossem mesmo assim, quer-me parecer que ainda andaríamos a divertir-nos com a anedota do ovo e da galinha.
Tudo evoluiu? Certamente que sim. Por isso mesmo é que acho de um enorme despropósito andarem sempre a querer convencer-nos que a Escola de hoje é igual à de séculos ou mesmo gerações passadas. Não é. Ou que os professores não passam de facilitadores da auto-descoberta. Não, são mais do que isso. Desculpem-me lá os progressistas do mofo renovado.
E quanto a “paradigmas”… tomara eu que muita gente percebesse do que anda a falar.
Amável filho, quatro são os elementos: fogo, ar, água e terra, e destes quatro é composto e unido o teu corpo e tudo o que comes e bebes, apalpas, cheiras e sentes. Tudo o que teus olhos vêem sob a lua pertence aos quatro elementos.
O fogo está sobre o ar, o ar está sobre a água, e a água está sobre a terra. O fogo e o ar são leves, a água e a terra são pesados. Por isso, o fogo e o ar se movem para cima e a água e a terra se movem para baixo.
Filho, a composição se faz de duas maneiras: uma é quando o fogo é seco pela terra, o ar é aquecido pelo fogo, a água é humedecida pelo ar e a terra é resfriada pela água. A outra maneira é quando todos os quatro elementos são unidos em um corpo elementat, como o meu, o teu ou os outros corpos onde estão unidos os quatro elementos.
(Ramon Llull, Doutrina para crianças, XCIV)
Sarampo
A liberdade de escolha das mamãs e dos papás em matéria de vacinas não pode colocar em risco a vida de quem não decidiu nada. Espero é que esta gente idiota não se reclamar, para mais, de ser pró-vida.
Para que conste, não me estou a referir a nenhum caso em particular, mas sim ao movimento que acha que a vacinação é uma enorme teoria da conspiração e não uma prevenção contra doenças graves.