O regresso. Mas não por causa das aulas e do trabalho com os alunos. Por causa de tudo o resto. Por causa da idiotice que continua a rodear o trabalho pedagógico e que a cada novos amigos dos professores fica pior. Estes não são excepção, muito pelo contrário. Só de olhar para o aparato em torno das provas do 2º ano – mesmo não estando envolvido – dá-me uma imensa vontade de os fazer ganir. Aos amigos. Os tais traumatizados com o “exame da 4ª classe”.
Dia: 20 de Abril, 2017
A Extraordinária Encenação da Vinculação
Desde o primeiro processo que sou contra esta forma extraordinária de fazer vinculações com critérios muito mais restritivos do que a legislação geral aplicável. Percebo (embora com dificuldade) que existam sindicatos que apoiem e validem a coisa, na base do “antes poucos do que nenhuns” que é aquela forma de escolher um mal menor entre os maiores.
Só que, desta vez, o segundo processo de vinculação ainda é mais extraordinário, visto ter sido negociado (?) e decidido ao mesmo tempo que se preparava um processo de vinculação geral de precários na administração pública com condições muito mais favoráveis. Ou seja, se fosse aplicável aos professores, o mais certo era estarem em condições de serem vinculados certamente mais de 10.000 docentes, numa estimativa baixa (numa estimativa mais generosa passarão os 15.000). Com este processo extraordinário entrarão, no máximo dos máximos, uns 3.000.
Não percebo, com toda a sinceridade, porque há quem alinhe no apoio a tudo isto, com a carreira docente a só ser considerada especial quando se trata de a discriminar de forma negativa.
O que não percebo, igualmente, é como é que um negociador nato como o Mário Nogueira, que certamente não terá dificuldade em aceder a informações sobre as negociações desenvolvidas em outros sectores da administração pública há meses, se terá deixado enganar de forma tão ingénua, não denunciando atempadamente o enorme barrete enfiado nos professores precários que, aos milhares, verão outros trabalhadores vinculados com condições similares às suas. A Ana Avoila já não é sua camarada de luta nestas coisas?
Porque eu acredito – tenho de acreditar – que ele foi enganado na sua imensa boa fé negocial.
A alternativa é demasiado… sei lá… indecorosa para eu a admitir assim de caras e sem receio de me mandarem os cachorros de fila ás canelas.