A comunicação social foi invadida nos últimos dias por notícias acerca do estudo que “revela” que não sei quantos por cento de alunos carenciados reprova, em especial em Matemática (o Livresco mandou-me tantos links que me perdi, até perceber que basicamente diziam o mesmo, ou seja, ampliavam a mensagem do spin ministerial com fraca dose de crítica sobre as soluções apresentadas)..
Parece que a investida é no sentido de fazer os professores sentir-se mal porque estão a discriminar os pobrezinhos quando os reprovam. Aliás, os dados – ao que me dizem – foram os que despejaram na formação verdascada do sucesso a qualquer custo.
O engraçado é que nunca parece ver-se a questão pelo outro lado, se é que a lógica apresentada é para levar a ´serio: se não fossem carenciados, estes alunos provavelmente não reprovariam. Logo… que bela ideia se os políticos e os seus séquitos de especialistas em estatística política se preocupassem mais em combater a pobreza e a exclusão social com políticas decentes, em vez de quererem que outros remedeiem a situação na base do fingimento.
Porque é mais fácil assim… em vez de se elevar o nível sócio-económico da população e criar melhores condições para os alunos desenvolverem o seu trabalho e aprendizagens, mascara-se a coisa com “flexibilidades” e “insucessos zero” e pressionam-se as escolas para mudarem critérios de avaliação e transição.
É manter os burros do costume a puxar a carroça e querer que andem ao lado dos volvos.
O normal nestes políticos de aviário que confundem a defesa da imagem pessoal com outra coisa. Porque não conseguem mais e a “geringonça” deu cabo de qualquer massa crítica à esquerda.
E como se escrevia num outro estudo: desde que um político (a)pareça muito assertivo a brandir uns gráficos, mesmo que a substância seja zero, boa parte do povoléu acredita que sim.

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