Divirto-me a ver alguns dos nomes que estão a empurrar toda esta nova reforma costista na Educação, na flexibilização e insucesso zero, cruzando-se com a municipalização. Há quem ande nisto há 30 anos, incluindo cargos governamentais e em algumas das organizações mais poderosas nesta área da governação (na investigação e edição, por exemplo) e ainda falam em novo paradigma, quando do que se trata é de contratualizar formações e consultorias com os poderes locais e central. O que se está a conseguir é um enorme arco político da direita à extrema esquerda, nas diversas variantes do fofismo pedagógico, aquele sedutor mas enganador discurso que une da mortágua menos dotada a um valter lemos quando anda era do cds, e que parece inatacável sem se ser um neandertal. É a ligação directa aos anos 90, o tal do paradigma do “direito ao sucesso”, só que agora encavalitado no da “responsabilização” e “eficácia financeira” da primeira década do século XXI. Uma espécie de pior dos dois mundos que une uma vasta confederação de gente notável, muito dela bastante competente e com boas intenções.
Mas como sabemos, é delas que enchem o nosso inferno quotidiano.
Apocalíptico? Não, apenas cansado, entediado e ainda congelado.