O “quase” é mais a pensar em outras paragens. Por cá, cada nova Situação surge a partir da recusa daquilo a que chegou a anterior e aposta na inanidade, pelo menos enquanto estão em coma ou adaptação, da Oposição (ou oposições em minúsculas).
Demonstrando… temos Costa e a geringonça em virtude da degradação social e política a que chegámos com Passos Coelho e a AD, que por sua vez deviam a vitória à degradação moral, ética, política e financeira de Sócrates que, já agora, era herdeiro do desastre Santana que devia o seu lugar a um Durão promovido devido à deserção de Guterres que, já agora, tinha lá chegado ao colo para nos livrarmos de Cavaco, o qual… por aí atrás.
Quando a Situação se instala e se sente segura perante uma Oposição embrulhada sobre si mesma (Passos Coelho sem perceber que está a mais, Seguro a não saber descolar do socratismo, Luís Filipe Meneses ou Marques Mendes perdidos na maioria do engenheiro, etc, etc…), tende a sentir-se toda-poderosa e potencialmente impune e inimputável. E toda uma segunda linha (e terceira) de aparelhistas avança em busca de lugares na estrutura do Estado, se possível perto dos centros de escoamento de verbas do Orçamento de Estado ou da União Europeia. Nos tempos que correm, o maior conforto encontra-se nas autarquias, comunidades inter-municipais ou “regiões” mal disfarçadas para onde se irá canalizar a maior parte das verbas dos programas europeus para “desenvolvimento” ou “qualificação”. Não é por acaso que os isaltinos&valentins estão de regresso.
Mas não é apenas a esse nível que o disparate, a pesporrência e a mediocridade presumida tomam o Poder e se pretendem confundir com ele e com a Razão Suprema das Coisas. No caso da Educação, o disparate anda à solta, beneficiando do desaparecimento de qualquer oposição de esquerda (a mortágua mais jovem é uma palidez da drago de outrora e do lado do pcp nem sequer há já um tiago de tshirt negra, estando todos ainda a saborear o fim do “exame da 4ª classe”) e da crise de acne política do psd e cds que até já começam a ter deserções entre os poucos que faziam as cartilhas aos de antes (quando o homem cristo começa a criticar os exames e a encostar-se ao eduquês do sucesso percebe-se como os ventos andam mudados).
Tem surgido uma sucessão de medidas, anúncios de medidas e outras medições à opinião pública, que primam por uma completa falta de senso ou noção das realidades. A última, a tal do JN do hoje do post abaixo, é uma daquelas coisas que, fosse alguém de “Direita” a anunciar, já teria feito vestes voar, mesmo entre quem o tal senso aconselharia a mantê-las sobre a pele. Claro que é uma medida estúpida, que em nada beneficia as crianças e que é motivada pela obsessão com a “eficácia financeira” que também está na base da passagem das competências do Estado Central para as autarquias.
Claro que há um anúncio de greve. Muito se poderia discutir sobre a sua oportunidade e motivações… inclusivamente até que ponto é uma “luta” que aposta na falta de memória dos professores em relação a coreografias recentes, nomeadamente das deserções a meio deste tipo de processos.
As Situações – de Esquerda ou Direita – apostam na nossa estupidificação para aturarmos os seus abusos e nos manterem no medo do que foi antes.
Raramente foi de outra forma e tudo é tão mais pior quando a Situação aparece em alguns momentos a fingir-se de Oposição.