Desde o início que escrevo que a “descentralização” na Educação é apenas uma forma de esvaziar níveis de decisão que estão agora nas escolas, sem que se reduzam as suas funções. Ou seja, fazer o mesmo ou mais (do tipo “combater a pobreza”), mas com menor poder de decisão. E não me interessa se há quem agora tem vereadores, presidentes de câmara ou assembleia municipal da sua cor (ocorre-me o caso sintomático de Gaia, onde agora confluem muitas vontades descentralizadoras, até levam com outro menezes em cima). O que está em causa é que não adianta “temerem” isto ou aquilo, porque a realidade é o que é e não o que se mete na montra. Enfia (ou já enfiou) o barrete quem quis ou a quem pareceu que daria jeito.
Há gente que acredito ter sido crédula ou ingénua, mas são mais os oportunistas e os que sabiam há muito que seria assim, mas fingiram que não. E ainda há os troca-tintas que disseram o pior disto, mas que agora vão dizer que é a “boa” descentralização, enquanto arranjam outras coisas para fazer barulho e parecer que estão a “lutar”. E continua a lamentar que as actas do seminário do CNE realizado na Universidade de Aveiro sobre este tema tenham sido o que foram (pois há coisas que não estão lá e deveriam estar para que as pessoas não digam agora outras coisas, algumas que mal se ouvem e ainda as que de início foram truncadas por um azar dos távoras).
E depois há tudo o que se esconde sobre os fracassos de medidas deste tipo em países bem mais desenvolvidos do que o nosso neste tipo de matérias (como a Suécia, que agora já ninguém reclama como exemplo).

Esquema retirado do Público.
Gostar disto:
Gosto Carregando...