Vão Explorar Aberturas Até Dia 20

O Nogueira fala aqui e ponderao Costa promete ali (e insiste em desnecessárias mentiras acolá). A mim e às minhas aspirações enquanto professor estacionado a meio da carreira, sem perspectiva de progressão, sem qualquer tipo de motivação adicional para embarcar nas inovações costistas (versão duplex, António&João, a dupla de picaretas falantes do momento) e no sucesso verdascado, tudo isto provoca um certo grómito primordial. Porque toda esta encenação está tão, mas tão distante do que oprime o nosso quotidiano profissional e pessoal que só serve para que o fraco (nulo?) respeito que temos por certas figuras entre em níveis que desafiam o de certos analistas económicos.

Despachem-se, não se (nos) embaracem mais.

Não é “o interesse superior dos alunos” que está em causa nisto como dizem certas opiniões muito beatas, bétinhas e baldaias. É a dignidade de toda uma profissão que não merece ter gente desta a decidir-lhe o futuro.

AguaVai

 

 

A Prova de Aferição de HGP

É território que posso reclamar como meu ao fim de 25 anos, pelo que me sinto bastante bem quando comparo os materiais que produzo para avaliação quando lecciono a disciplina e esta prova que revela alguns problemas para o que parecem ter sido meses de preparação. De acordo com as instruções do próprio IAVE para a produção de provas, as imagens devem ter legibilidade e ser claras, o que não é sempre o caso, com imagens demasiado pequenas, mesmo se coloridas (os casos mais evidentes são os das questões 1 e 3, mas também da 6). Por outro lado, o bom senso aconselha uma organização da prova em que as questões remetam para imagens que estejam na mesma página, sem ambiguidades, o que não é seguido nas questões 5 e 16, que poderiam ser arrumadas de outra forma, desde logo não parecendo misturar a Pré-História e o Império Romano.

Para além disso, há ainda que lamentar – em tempos de tanto suporte digital com qualidade – que alguns dos mapas usados pareçam desenhos toscos, não obedecendo a uma tipologia comum ou incluindo imprecisões desnecessárias como a representação do Império Romano que inclui a Escócia, ignorando que para lá da muralha de Adriano (na Caledónia) mandaram os Pictos.  Não encontraram mesmo um mapa melhor?

Mas, para mim, o pior mesmo é qualidade da imagem destinada a representar as actividades das comunidades recolectoras e agro-pastoris, pois os alunos estão habituados a reconstituições muito melhores, desde a qualidade dos desenhos à própria escala (o canto superior esquerdo da imagem com a caçada ao elefante e a anta é para esquecer, mas toda a imagem faz lembrar coisas de há 20 anos).

AfereHGP

Por fim… muitos dos problemas na resolução destas provas passa pela formulação do enunciado das questões. Esta prova não é excepção. Há perguntas que poderiam estar escritas de forma bem mais clara, tanto quando ao vocabulário como quanto à própria estrutura do discurso.

Um último, mesmo último conselho… numa prova de 5º ano poderiam ter colocado as referências às fontes das imagens todas no final da prova… serviria para que as páginas do questionário não ficassem tão polvilhadas de rodapés. E, se aquela coisa dos direitos de autor na primeira página é para levar a sério, deveriam colocar a autoria dos desenhos que aparecem sem menção da origem.

Vamos ter de esperar pelas provas de 8º ano para ver se há melhorias.

A Sério? – 2

As informações sobre a natureza e (ausência de) consequências das provas de aferição do 5º e 8º ano para a progressão dos alunos é algo que se sabe desde que foram anunciadas, pelo que é – no mínimo dos mínimos – estranho que ainda exista (desde encarregados de educação a, pasme-se, docentes) quem ache o contrário. Ou que diga isso e alguém acredite. A credibilidade destas coisas já não é muita, não adianta estar ainda a enterrá-la mais.

Estando o guia para a realização das provas já disponível publicamente há bastante tempo com o cronograma da classificação das provas (assim como o facto das provas nem terem classificação quantitativa), é dificilmente compreensível que se possa andar a dizer que entram na avaliação do ano. Acreditem numa coisa que vos digo, se mais nada de jeito eu voltar a dizer ou escrever… trocar uma “mobilização” de curto prazo pela perda de confiança a médio e longo é uma péssima opção. Porque quem assim faz ou passa a ser visto como ignorante (o professor nem sabia das coisas…) ou desonesto (o professor enganou-nos…) pelos alunos.

Para isso (ignorância e/ou desonestidade) já nos chegam os políticos.

ProvasAferi

A Sério?

Não se arranjavam umas imagens menos “selo de correio” e uns bonequitos melhor desenhados para a prova de HGP de 5º ano? Aquela imagem do acampamento pré-histórico parece ter sido feita para um trabalho de grupo por alunos do próprio ano. Deixem-me adivinhar… quem fez a prova não dá aulas desde os anos 90 do século XX…

Se eu fizesse um teste com este tipo de apresentação, fazia um buraco no chão e ficava lá até passar o Verão.