A verdade é que não passa muito de uma forma de desorçamentar o OE em áreas complicadas e, ao mesmo tempo, captar verbas europeias para “projectos”. O grande problema é quando as tais verbas secarem e ficarmos com os isaltinos e aprendizes a mandar sem restrições e pouco dinheiro. Vai ser cá uma alegria andar de mão estendida e a fazer mesuras e salamaleques de cada vez que quisermos promover uma actividade de “flexibilidade e autonomia”.
Municípios querem novas competências para melhorar serviços públicos
Para concretizar proposta são necessários mais meios financeiros e técnicos e recursos humanos.
(se quiserem dar estes meios e recursos às escolas, agradecemos e fazemos o serviço sem ser preciso requerimentos aos shôres presidentes)
Câmaras vão receber mais 1100 milhões de euros com a descentralização
Isto é muita massa. Muita mesmo. Daí a cobiça. Daí muita viradela de casaca de gente que pensa estar perto de alguns dos oleodutos financeiros deste dinheirinho e agora diga que esta é a boa descentralização. Para os aldras que dizem que esta é boa e a outra do Crato era má porque agora o pessoal docente fica de fora recordemos que já antes as coisas eram tal e qual como vão ser, depois dos protestos contra essas medidas. Em Dezembro de 2014 as coisas estavam assim em termos de competências. Confirmemos em mais uma notícia de então (neste caso do Diário Económico de 15 de Dezembro de 2014 que eu ainda tenho nos arquivos do Umbigo:
Quem defendia o modelo de então compreendo que mantenha a sua posição e defenda o actual, porque é o mesmo. Quem estava contra, após dois anos e meio, é de esperar que esteja contra (é o meu caso). O mais fantástico é observar as metamorfoses na área do PS (e do seu sindicalismo docente) e a perda de intensidade (chamemos assim à hipocrisia) da oposição das “esquerdas radicais”. Mas podemos sempre marcar uma greve e tal para parecer que é forte a luta contra qualquer. Quero ver como serão as greves quando existirem 300 mini-ME pelo país.