Duas Mãos Cheias de Nada

A Fenprof pediu com urgência hoje ao ME que se fizesse uma reunião na 2ª feira, porque o documento que o ME apresentou no dia 14 (divulgado pelo Arlindo e que também deixo aqui: CompoMECJun17) não é de molde a resolver a situação de impasse existente.

Vamos lá voltar a ser claros: o ME não está em condições de garantir seja o que for na maioria das matérias que implicam um pouco mais de encargos financeiros ou de alteração do modelo de gestão escolar, em que o director vai passar a ser uma espécie de director pedagógico ao serviço da autarquia. Em relação ao descongelamento de carreiras, esqueçam 2018, porque nenhum processo negocial iniciado em Novembro de 2017, já depois de aprovado o OE, terá efeitos dois meses depois. E reparem que se trata apenas da regulamentação do acesso a dois escalões (os que dependem obrigatoriamente de aulas assistidas), nada mais do que isso.

MEJun17

Quanto a um regime específico de aposentação, esqueçam, ponto final:

MEJun17b

Quanto à municipalização e esvaziamento das competências das escolas, reparem no exemplo que é dado de vantagem e redução da “burocracia”:

MEJun17c

Estão a gozar connosco, certo? O que mais aflige o quotidiano docente é a gestão dos refeitórios, correcto?

12 opiniões sobre “Duas Mãos Cheias de Nada

  1. Nesse doc., além de fugirem várias vezes à verdade, equiparam a alimentação dos putos a assunto burocrático. O que será para eles o PNPSE?

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  2. se o poder reivindicativo já estava no minimo próximo de zero (derivado de uma opinião pública hostil e de uma legislação criada em 2014 que esvaziou esse poder), agora com a tragédia pirómana em Leiria, morreu definitivamente qualquer disposição para se debater a legitimidade da reposição dos direitos na carreira profissional.

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  3. Um preciosismo juridico: a progressão ao 7º não depende de aulas assistidas (ao 5º depende). Contudo, a progressão ao 5º e 7º dependem da existência de vagas.
    Este tampões já existem desde 2012 e foram lá colocados para continuar a ‘congelar’ a progressão administrativamente, caso o pretexto orçamental deixasse de existir. Por isso, quem estava atento na época, compreendeu logo que a maioria da classe docente, na perspetiva otimista, iria se aposentar entre o 5º e 7º escalão, e será esse o resultado se o ECD se mantiver…

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    1. Essas vagas vierem substituir a função da categoria de professor titular. Já é mais ou menos inevitável que o acesso a alguns escalões tenha que ser sujeito a contingentação.

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      1. subrepticiamente essa categoria de titular ficou na forma da graduação que dá acesso a determinados cargos pedagógicos, à função de avaliador e na distribuição do serviço letivo.

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  4. O seu texto é certeiro!
    Ponto zero no poder negocial.
    Um ano e meio depois, para os professores, não há nada de positivo.

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  5. Pois… os professores a marinar…
    Entalados entre um pólo politico e outro sindical que os deixam sem santuário…
    Estamos numa época de profundo isolamento…
    Já nem em vozes de protesto somos resgatados…
    Sobre o próximo ano, já quase nada se pode fazer… os nosso “representantes”, quaisquer que sejam, deixaram esgotar o tempo de fazer acontecer.
    E aí vamos nós… mais um ano… mais uma volta…
    A haver novidades, só em 2018/2019…

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    1. Devíamos tomar como exemplo a grande união da classe médica. Não serão de certeza os sindicatos a fazer esse papel, até porque, como se viu marcaram greve para dias diferentes. Por outro lado os serviços mínimos já seriam de esperar pois já tivemos essa experiência antes. Então, para quê uma greve nestes moldes…só mesmo para inglês ver (e nós somos não somos ingleses…) ou para atirar areia para os olhos…porque uma licenciatura não nos confere discernimento, porventura…
      Temos sido “vistos” como “carneirinhos”, e isto poderia não lembrar a ninguém, não fosse um “estadista” português já antes o ter afirmado (que éramos mansos…)…

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  6. ou seja, quem conseguiu chegar ao 7º escalão e seguintes, safou-se; quem não conseguiu, f****-se!
    E assim teremos uma profissão onde o conteúdo funcional entre dois trabalhadores é rigorosamente o mesmo mas o salário é injustamente diferente…

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