… no dia seguinte acerca de todas as matérias e há décadas que o somos após cada novo grande incêndio ou época de Verão especialmente fustigada pelos fogos. Anos após anos, a cada vez que as coisas correm pior (porque mal correm quase sempre, a menos que o ano esteja mau para a desejada praia), surgem cascatas de especialistas no diagnóstico após o fim do jogo. E os políticos prometem novas medidas – desta é que é que se vai fazer o investimento certo – e no ano seguinte ou nada se fez ou arrendaram-se aviões que depois se desarrendam ou se compraram meios que não chegam aos bombeiros ou descobre-se gente que está mais interessada em meter ao bolso o que pode do que em cumprir a sua missão. Os fogos são um negócio de muitos milhões, infelizmente. Mal empregues, como com um sistema de comunicações que falha quando mais é necessário (e não é de agora, como se sabe e não é apenas com fogos, porque no Inverno também vai abaixo). De muitos, mesmo muitos milhões, quando com muito menos talvez se conseguisse uma prevenção mais eficaz, só que o método parece pouco moderno ou tecnológico. Ou então presta-se menos a contratos e negociatas, pois os Guardas Florestais apenas necessitavam de um orçamento para salários e materiais. Pouco sexy em termos de negócios de Estado. Acabaram com eles e são todos responsáveis por tal asneira como aqui é lembrado.
Falta política florestal? Os particulares não limpam os terrenos e caminhos? Mas, desculpem-me lá a ignorância, o interesse público não deveria fazer com que as autoridades locais fizessem esse trabalho, esteja ou não nas suas competências e tenham ou não verbas específicas transferidas do Estado central para isso? Ou em ano de autárquicas o que está a dar é gastar em alcatrão e em (re)decoração de rotundas pavorosas?
Mas desta vez a culpa não morre solteira e soube-se com rapidez: foi a trovoada seca.
A ultima noticia conhecida relativa aos Kamov de combate a incendios
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse esta quarta-feira que os dois helicópteros Kamov avariados devem estar operacionais em outubro ou novembro, estando neste momento a ser feita uma avaliação final antes da reparação.
http://www.jn.pt/nacional/interior/helicopteros-kamov-avariados-so-estao-prontos-depois-do-verao-8483338.html
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Sobre os guardas florestais, é provável que não integram o núcleo das funções essenciais do estado, nas teorias da “nova gestão pública”. Segundo esta o estado deve progressivamente deixar de incluir categorias profissionais como a de assistente operacional e assistente técnico (onde se enquadram aqueles trabalhadores).
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Este texto surge a pedido do executivo de Passos Coelho que solicitou à Força Aérea que estudasse a melhor maneira deste ramo participar no combate aos fogos.
O actual Governo já deu conta que esta é uma hipótese pouco provável, porque a Força Aérea teria de receber os helicópteros Kamov para manutenção. A Força Aérea não quer pois teria custos muitos elevados, não só a manutenção como a própria utilização: cada hora de voo custa 35 mil euros.
http://rr.sapo.pt/noticia/61184/porque_nao_ha_meios_da_forca_aerea_no_combate_aos_fogos
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Concentração de meios na Força Aérea tinha sido decidida pelo anterior Governo. Constança Urbano de Sousa recuou
http://www.dn.pt/portugal/interior/governo-recua-e-tira-forca-aerea-do-combate-a-incendios-5219302.html
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É o que dá ter políticos que não valem um chavo:
O diagnóstico já estava feito antes da tragédia de Pedrógão Grande
19 jun, 2017 – 00:16 • Redacção com Lusa
(…)
Ler mais: http://rr.sapo.pt/noticia/86570/o_diagnostico_ja_estava_feito_antes_da_tragedia_de_pedrogao_grande
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“foi a trovoada seca”
Foi?
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Spot on.
Com o aumento da temperatura global, nós seremos um país cada vez mais frágil a incêndios, independentemente da sua causa. Seria isso sim um assunto de I & D a levar mesmo a sério em termos de impacto na sociedade(e não essas merdinhas de seguir o H2020 cegamente pois é aí que está o sucesso).
Um bom investimento a longo prazo seria necessário mas, o que interessa, são as execráveis rotundas, as festanças “grátis” de Verão, a obra feita e os contratos com os amigos. Ah e o turismo que, desde que não tenha problemas com fumo e fogo, é o que interessa.
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Sem ordenamento florestal e prevenção não vamos a lado nenhum… Depois há pessoas que não fazem a mínima ideia o que é o país real… Muitos fogos começam em zonas absolutamente inacessíveis de mato denso. Quando chegam a zonas mais arborizadas são difíceis de parar , mesmo que as matas estejam limpas, pois , normalmente, são áreas de monocultura (pinheiro e eucalipto) com um potencial combustível tremendo! Quando oiço que os proprietários devem limpar os terrenos, parece ser uma coisa óbvia, o problema é que no interior só há velhos! Só há velhos! Apesar de estarem velhos são eles os únicos que ainda vai cuidando de alguma coisa.É a esta gente, que passou uma vida de sacrifício ligada à terra, que morre a defender as suas pequenas courelas, que querem , alguns, aplicar multas exemplares! Eles não conseguem fazer mais!!!
Estamos a falar de áreas enormes … É absolutamente ridículo pensar-se que se pode limpar sequer uma pequena parcela do que está arborizado( com as pessoas que existem no interior do país), e já só falo da floresta está próximo das povoações!
Depois as Câmaras Municipais deixaram construir casas em todo lado, de qualquer maneira, no meio de florestas densas!
A solução passa, obrigatoriamente, pelo fim da monocultura florestal; criação de áreas tampão , sem vegetação, em zonas estratégicas; equipas permanentes de prevenção para apagar os primeiros focos de incêndio; criação de estradões florestais. Resumindo: planificar e prevenir. Infelizmente, espero estar enganado, tudo continuará na mesma!
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O meu contributo futurista e quiçá louco:
Bem que se podia investir na high-tech, como prevenção e combate a fogos.
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http://www.scmp.com/lifestyle/technology/article/1733410/hong-kong-made-firefighting-robots-catch-attention-tech-giant
http://wildfiretoday.com/2015/12/11/firefighting-robots/
Já para não falar da NASA, satelites, estações espaciais……
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No inverno já ninguém se lembra de nada.
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