A Fenprof diz que não “levanta” a greve porque o ME manteve o que já existia (porque nem tem autorização superior para outra coisa). A FNE diz que vai a seguir. Estão bem ensarilhados.
Dia: 19 de Junho, 2017
Português, 2º Ano
A culpa é do Crato? Das metas? Ou de um certo desvario de quem fez esta prova? Eu gostava de saber que ano leccionam as criaturas e especialistas que acham que isto é adequado a alunos de 7 anos. Nem vale a pena comentar o facto de terem de escrever em espaços sem linhas e com a forma que se pode ver.
Acredito que existam alunos que consigam corresponder, mas isto parece-me bastante inadequado. Eu que quantas vezes passo por tipo armado em exigente…
Prova de Aferição de Português e Estudo do Meio (2º Ano)
Tem uma estrutura e questões completamente desajustadas a alunos no 2º ano, quando se sabe que no 1º a retenção não é praticamente possível e o trabalho é feito na base dos grupo-turma. Nem sequer vou referir que raio de fixação foi a que fez escolher a alfarroba como tema da primeira parte da prova, Vou mais concentrar-me no seguinte documento que é apresentado a alunos do 2º ano.
O site consultado está longe de ser para crianças, mas tudo bem, até tem iniciativas para crianças e jovens. Mas… o cartaz escolhido destina-se a “utilização em diversos contextos, como clínicas, centros de saúde, escolas e instituições públicas de interesse” e não propriamente para provas de avaliação de competências de alunos com 7 anos.
A massa de informação, a densidade do texto, o vocabulário específico (tudo agravado com a ausência da cor usada na imagem original), estão claramente fora do que é exigível a alunos do 2º ano, mesmo se as metas para Estudo do Meio contemplam conhecimentos funcionais sobre “a Saúde do seu Corpo”. Existiam coisas bem mais simples nas provas finais de 4º ano em termos de textos para recolha de informação. Quanto muito poderia ser um material para exploração orientada em sala de aula, numa actividade (que até poderia ser de “projecto”) para várias horas.
Se esta prova para crianças com uma média de 7 anos fosse feita em outro contexto, haveria por aí gritaria sem parar quanto ao nível de exigência. Agora, passará sem brado porque tudo anda domesticado, apesar d@s colegas do 1º ciclo terem sido designados por estes dias como bombos da festa.
Isto não é uma “aferição” com “rigor“. É “outra coisa”.
Já o de 12º ano foi de molde a agradar aos futuros eleitores e respectivas famílias.
Pós-Laboral
A reunião do ME com a Fenprof para ver se há desensarilhanço. Prognósticos só depois do jantar.
Este Foi Um…
… dos que ouvi no início de 2015 a defender a municipalização da Educação com unhas e dentes, a convite do CNE. Meses depois, estava a assinar um dos primeiros contratos de “descentralização” das competências das escolas. Em finais do ano passado, “renunciou”, “afastou-se” da autarquia a um ano do fim do mandato. Agora percebe-se porquê.
É assim. Podem dizer que não. Que os aprendizes de isaltinos&valentins são presumíveis inocentes até arquivamento ou prescrição do processo. Ou que é apenas mais uma excepção. É capaz de ser verdade. Porque os mestres até estão de volta.
Só Uma?
Afinal, o futuro chega apenas à unidade? Eu sei que é mais fácil a perfeição em pequena escola, em modo artesanal, mesmo em tempos tecnológicos. O problema é quando nos querem fazer acreditar que isto é possível em larga escala, assim de repente, do pé para a mão, quando nem há dinheiro para estores e para o ano vai depender do senhor vereador se lhe fizermos as vontades e massjarmos o ego.
A Grande Semana do Sucesso
Acho que a produção de sucesso durante esta semana vai atingir níveis históricos. E nem me estou a colocar do lado de fora da coisa, pois globalmente andarei pelos 7% de insucesso no meu universo de alunos. Isto é melhor do que a Campanha do Trigo ou qualquer outra Campanha de Produção pela Pátria. Os verdascas rejubilarão e cada costa dirá que o Sucesso é Ele.