Como parece que a coisa vai em frente (confesso que estou admirado com a falta de colaboração do ME com a faceta sindical da geringonça, nem que fossem as migalhas do costume), fica aqui o acórdão do “Colégio Arbitral” (AcordaoServMinimos21Jun) e a parte da decisão final que peca muito por ser parca na formulação.
Dia: 20 de Junho, 2017
O Calor Agita os Átomos…
… e como em certas cabeças há muito espaço vazio, a coisa acelera demasiado. Começam a suceder-se as declarações mais do que infelizes sobre o incêndio em Pedrógão Grande, a par da pornografia mediática da exploração da desgraça alheia para captar audiências e publicidade. Em troca de algum espaço nos ecrãs, há malta política a quem começa a deslizar o pé (é no mínimo estranho ver quem defendeu eucaliptais a dar lições de moral em política florestal ou políticos com anos de responsabilidade nessa área a lamentar tudo que não foi feito). Entretanto, do lado “editorial” começam a sair tiros cruzados que só podem revelar tanta desorientação quanto a opção por fake news (a queda do Canadair) revela falta de um mínimo de humanidade e decoro. Este Verão não promete grande coisa.
E Há Sempre os Abutres…
… que até com a tragédia alheia gostam de ganhar, sendo mais chocante quando são instituições públicas. Se não há “enquadramento legal” para a não cobrança de IVA nas linhas de apoio às vítimas de Pedrógão arranjem-no, pois costumam ser rápidos em amnistias, perdões parciais de dívida e etc em situações bem menos merecedoras. Quanto às comissões dos bancos, em particular da CGD, só mesmo com um enorme balde de detritos fecais pela cabeça abaixo é que certas pessoas andariam bem.
O Geral e o Particular
Há no actual líder da Confap um esforço conceptualizador a que não sou indiferente. Mas há metáforas que valem o que valem. É como a árvore e a floresta. Aquela faz parte desta e esta é o conjunto daquelas e mais umas coisas em seu redor, importantes mas que, sem o essencial, não passariam de mato. Uma escola não é apenas as salas de aula, mas sem elas é apenas um recreio com corredores. Se calhar ao doutor Ascensão chegará como armazém, mas a quem gosta de Educação e dos alunos, está longe de ser o ideal ou sequer desejável. A mim preocupa-me que, encarregado de educação, me saiam fala-baratos em forma de representação. Já não me chegava como professor…
E a Avaliação do Básico, Malta?
Curiosamente… ou estranhamente, acerca da greve de amanhã toda a gente se concentrou no “enorme” problema do exame do Secundário, mas ninguém se parece ter lembrado que é dia de reuniões de avaliação do Básico (2º e 3º ciclos).
De Acordo
ME e sindicatos estão de acordo em relação à greve, pois reuniram-se para falar do mesmo, em amplo ambiente de diálogo sem qualquer proveito. Mas ao menos gostam uns dos outros, sempre é uma vantagem. O Centeno é que é mau, como eram o Gaspar e a Maria Luís ou o Teixeira dos Santos.
Andaram a dizer que os serviços mínimos, legislados especificamente para a Educação desde 2014, não existiam. Agora anda a discutir-se se “vigilantes” se aplica apenas aos que são efectivos, se igualmente aos suplentes. Bizantinices em tempo de estio.
O que vale é que – diz o ME – vão passar a burocracia para as autarquias. Quer dizer que para o ano serão os auxiliares administrativos das câmaras a preencherem-me as papeladas e relatórios, para eu me concentrar na Pedagogia?