Momento de Lucidez

Pelo meio da muita palha e efeitos de eco da sua entrevista ao Diário de Notícias, Mário Nogueira tem um momento raro de lucidez, mesmo se dá a sensação que ele nem percebe bem isso (fica a ideia que acha ser um remoque fora de sítio). É quando afirma que “Se fosse um blogue poderia pôr lá qualquer palermice e a responsabilidade era da pessoa”.

Exacto, Márinho! A malta dos blogues com o nome estampado no que escreve (e não gajo como aquele que aparecia antigamente a comentar com múltiplos nicks, teu camarada lá de secretariado – o secretariado com que dizes reunir sempre para as decisões – que dizias não conhecer quando te foi perguntado frente a frente), seja o que for, é da responsabilidade dessa pessoa e é ela que responde pelos seus actos e não se encobre atrás de um colectivo se fizer asneira ou disser palermices. Não há muralhas d’aço… é na primeira pessoas que se arca com as consequências, que se vai à polícia ou ao tribunal prestar até a coisa ser arquivada por falta de fundamento (e não porque se alegue invalidade formal ou truques do género). E quando certas máquinas criam blogues só para caluniar os chatos, um tipo tem de aturar tudo firme e hirto, porque há que se ser mais forte do que as hienas.

Daí o fosso enorme que divide quem age em consciência, em nome próprio, sem rede e quem só faça jogos de cintura, mais do que certo que será sempre inimputável porque a decisão foi do “colectivo” ou há o aparelho jurídico da organização para tomar conta das ocorrências. Assim, qualquer tipo parece muito corajoso, com as calças de outra gente crescida. Por isso é que há quem perceba há muito que a coisa é só fumaça para encobrir os fios que mexem as cabeças falantes.

Mas reconheço a dureza enorme da tua vida profissional… daí que as pessoas te admirem tanto a resiliência de décadas de sindicalismo a tempo inteiro.

Estes últimos dias, nos dias da negociação, saímos daqui há uma e meia da manhã, no dia seguinte estávamos cedo no ministério, saímos daqui às tantas e às seis da manhã estava de pé para ir à RTP.

(antigamente, quando a RTP ficava na 5 de Outubro era mais fácil… um tipo reunia com o secretário no metro e meio e ficava logo ali ao lado…)

Clown