Sim, já sabemos… os exames são maus e falíveis. Abandonemo-los ou façamos só de cruzinhas (há quem já os faça, depois aplique uma grelha tipo totoloto e já estão as “aprendizagens” avaliadas). Incluindo para o acesso à Universidade, à moda americana dos SAT. Ou tudo numa plataforma digital, em que os alunos nem precisem de saber escrever. O melhor mesmo é mudar de vez de paradigma a ver se ao menos deixamos de levar com esta conversa em cima, ano após anos, como se fosse novidade (com o selo de “estudo” feito por “especialista”) o que se diz há mais de 150 anos (por alguma razão não se terá ainda conseguido um modelo verdadeiramente alternativo para a escola de massas, mas…).
Se concordo com as “alternativas” para a avaliação? Claro… até pratico algumas (embora provas orais individuais para apresentação de projectos fossem uma coisa interessante de operacionalizar). Não sei é se algumas destas pessoas que tanto as defendem as praticam com os seus alunos.
“embora provas orais individuais para apresentação de projectos fossem uma coisa interessante de operacionalizar”
É mais ou menos isso que se faz nas PAP dos cursos profissionais. E, aparentemente, corre bem.
Dispenso velhos e novos “paradigmas”, mas na verdade o modelo pesado e maximalista de exames do secundário está esgotado e apenas persiste porque os doutores do superior são demasiado finos para se encarregarem de seleccionar os seus próprios alunos e querem os professores do “inferior” a trabalhar para eles.
O tema é interessante, e espero escrever algo sobre ele amanhã.
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Essa é que é de facto a grande questão. Se os “doutores do superior” não fossem tão finos, eles é que deveriam fazer isso. Seria a maneira de se acabar com notas inflacionadas, deixariam de ter interesse, e talvez os alunos (e EEs) deixassem de pressionar os professores…
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Provas orais: coitados dos surdos, gagos e tímidos.
PAP dos profissionais: ainda não acabei de rir.
Professores universitários a selecionar os SEUS PRÓPRIOS alunos: ninguém leu «O País da Cunha»?
Aparentemente até o Paulo desistiu dessa coisa pesada e maximalista chamada exigência.
Pois, meus caros, dados meus traços de personalidade e a minha origem sociocultural, se fosse aluno sujeito a estes «novos paradigmas», eu jamais teria singrado neste sistema que tantos defendem e querem impor.
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Só “aparentemente”… 🙂 há aquilo a que se chama dar corda…
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Quando acabar de rir talvez possa reflectir um pouco, e constatar que são os profissionais e as suas PAPs, para onde são encaminhados os “maus alunos”, que permite que no restante secundário continue a imperar o actual sistema de exames.
Quanto aos professores universitários, não são já eles que, há muitos anos, escolhem os seus futuros colegas? Qual é o problema de seleccionarem os alunos?
E sim, eu também vivi num mundo onde quem fizesse os exames todos certinhos tinha no final do curso milhares de empregos para a vida à sua espera. Mas hoje duvido que alguém se lembre de perguntar ao candidato, numa entrevista de emprego, que nota teve no exame de Matemática do 12º ano.
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Sim, PAP para todos ia ser giro.
Isso e o copy/paste.
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Há professores que o usam em proveito próprio e “os da roda” aplaudem! Basta comparar alguns documentos de candidatos (e eleitos) diretores!!!!!!
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Copy/paste até nós, nos blogues, usamos habitualmente.
A questão é aprender quando e como usar, e a escola também lá está para isso.
As PAPs têm orientadores, que não se devem, nem fazer o trabalho pelos alunos nem deixá-los entregues a si próprios. Claro que aqui, ser exigente e não aceitar a primeira treta feita pelo aluno dá mais trabalho, pelo que a tentação pelo facilitismo existe dos dois lados. Mas não tem de ser assim.
Mais fácil é acabar as aulas uma semana mais cedo e mandá-los estudar para casa.
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Essa do copy/paste para os blogues pode ser auto-crítica… cá por mim, as citações aparecem sempre com a devida autoria ou ligação.
MAs sei que há outras práticas e acredito que as já tenhas encontrado em outros espaços.
Mas mete lá a lama num ventilador em outro lado, pode ser?
Quanto às PAP, se achas que é a solução para substituir os exames, muito bem.
Eu acho que é apenas uma metodologia de trabalho parcial.
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Vamos com calma…
Eu uso copy/paste habitualmente, quando que cito alguém, linkando sempre que possível e/ou indicando a proveniência. Acho que todos fazemos isso. Referi-me ao uso correcto do copy/paste, como julguei que fosse evidente.
No resto, PAPs ou exames, não tenho posições fechadas sobre a matéria. Acho que deve ser discutida e o que me entedia são os consensos de regime em torno de um sistema cada vez mais desajustado e cujo lixo é cada vez mais difícil de empurrar para debaixo do tapete.
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Não me parece que exista qualquer consenso, pois vejo a actual maioria a dizer muito mal do que fez a anterior maioria.
Se fazem parecido, é todo um outro campeonato.
A ver se nos entendemos… copy/paste é uma coisa, outra citar adequadamente o que se usa. Que há quem pilhe as ideias e textos alheios… isso é inegável.
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António Duarte, vou continuar a rir eternamente. As PAP são uma treta de todo o tamanho.
Na sua pseudo-resposta, cujo primeiro parágrafo me vai levar os últimos fios de cabelo até eu compreender o seu significado, o que perpassa é que o caro também desvaloriza essa coisa aborrecida e ultrapassada: o conhecimento. O que interessa é que os futuros homens e mulheres deste país, para ser politicamente correto, saibam fazer, dominem as benditas competências, tenham espírito crítico e blá-blá-blá.
E o Paulo tem toda a razão: “copy/paste”. Por exemplo, se colocar em prática um projeto de trabalho em torno de Pessoa, vão surgir à minha frente 120 a 150 coisas copiadas da net. Dá uma trabalheira infernal andar a destrinçar as cópias dos originais, exceto se dois ou mais alunos fizerem o mesmo «copy/paste».
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