Mês: Julho 2017
Comparações do Catano
Eu até concordo que se regule o mercado dos manuais e se controlem os excessos do duopólio (daí ter sido testemunha do Paulo Morais nos processos que lhe meteram), outra coisa tem a ver com a tentativa de fazer comparações ilustrativas da treta. Vá lá… não foi com a quantidade previsível de rolos de papel higiénico para as casas de bano públicas.
“Num restaurante ninguém garante quantos almoços serão servidos por mês”, compara, em entrevista à VISÃO, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, a propósito da questão que a reutilização dos manuais escolares põe em relação às editoras.
Este tipo de comparação não faz sentido nenhum. Não há capacidade para fazer melhor?
Parece Que…
… algum bom senso veio ao de cima e o Regime Legal de Inclusão Escolar (nome que por acaso me desagrada um bocado) vai poder ser debatido até finais de Setembro. Vá lá… desde que depois não o tentem aplicar a meio do ano lectivo…
Pela Grécia
Greek debt crisis: ‘People can’t see any light at the end of any tunnel’
The Greek government says the country has turned a corner, but that is not the experience of people on the ground.
Ora Bem!
Salários dos professores – Queixa de Jorge Costa ao Parlamento Europeu
(…)
Considerando esta autêntica fraude, decidi avançar com uma nova queixa junto do Parlamento Europeu, exigindo que o governo português altere esta situação a partir do da 1 de janeiro de 2018, reposicionando cada professor no respetivo escalão de acordo com o plasmado no ECD, ou seja respeitando os anos de serviço docente, claro que salvaguardando o tempo de congelamento da carreira para a generalidade dos professores dos quadros, de forma que docentes com igual tempo de serviço não sejam ultrapassados em termos de vencimento.
Vou só exigir justiça para estes colegas que tanto passaram na vida para chegarem até aqui!
Ou o governo corrige esta situação rapidamente ou ficará sujeito a pesadas sanções do Tribunal Europeu, porque, pela correspondência trocada até ao momento entre mim e a Comissão de Petições (CP), é muito claro que as autoridades europeias já perderam toda paciência com o Estado Português, que em todo este processo tentou por várias vezes traçar um quadro pintado com inverdades. Em vários momentos a Comissão de Petições, por achar estranhas essas respostas me pediu contrarrespostas, apercebendo-se assim da farsa do ME de Portugal.
Jorge Costa começou este processo em 2009… é fazer as contas e ver quem foi que governou desde então. Por estranho que pareça (ou não), ao longo destes anos já tivemos governos com participação ou apoio de TODOS os partidos com assento parlamentar. O próximo orçamento será o terceiro com o apoio da geringonça. Veremos se ficarão pelas promessas de desbloqueio, pela conversa fiada, pelas pós-verdades ou pela mera continuidade das coisas extraordinárias criadas pelo Crato de que tanto gostam de dizer mal, mas de quem não descolam no essencial (tirando o “exame da 4ª classe”, claro!).
Que Saudades do Controle Quase Exclusivo…
… da divulgação das notícias “úteis”, da canalização das publicidades institucionais (privadas e ex-públicas) dos agora falidos, da aquisição dos exclusivos das leaks e dos papers de forma a escolher o que é relevante o público conhecer e em que momentos. A net tem muito lixo? Sim, senhor, tem muitíssima porcaria. Mas a maior parte não tem a aparência de credibilidade dos órgãos do regime.
Em Causa Própria, Fica Algo Impróprio
Raramente alguém me ouviu ou leu a afirmar o meu imorredoiro amor e a minha imensa dedicação aos meus alunos. Acho que esta forma de bater no peito tanta devoção fica um bocadito mal, até porque já o observei apenas como afirmação para consumo público e escassa aplicação prática no quotidiano.
A nossa dedicação pelos alunos (e correspondentes afectos não hiperbolizados) é notada em primeira, última, essencial e indispensável instância pelos próprios. E devem ser eles a afirmá-lo, não necessariamente em redes sociais, quando o acha(re)m necessário.
Regime Legal de Inclusão Escolar
Aqui fica um contributo para a sua discussão, da parte do colega Vítor Sil do grupo 910 que também já o enviou para a DGE : Sugestões sobre o REGIME LEGAL DA INCLUSÃO ESCOLAR.
Estive a Olhar Para as Estrelas ao Meio-Dia
E elas fizeram-me notar na coincidência de dois “temas” relativos à carreira docente. A da redução da componente lectiva ao abrigo do artigo 79 e a do descongelamento “faseado” das carreiras. Eu acho que elas estão enganadas e andam a ver coisas onde elas não se encontram, deve ser do calor, qualquer coisa tipo insolação. Mas insistiram comigo que poderia haver mais do que uma coincidência cronológica nestas duas questões do género… nós até lhes damos (à malta com mais de 50 anos) as reduções pelo modelo antigo se vocês aceitarem não descongelar mais uns anos.
Para eles (governo e geringonça educativa) é um bom negócio, assim como para alguns dos seus sapadores, disseram-me os astros em tom conspirativo. Mas eu respondi que não é grande ganho para malta como eu, que continua a ter o mesmo total de horas de trabalho, lectivo ou não, pois quase sempre vai dar ao mesmo, aula de apoio ou tutoria ao molho. Por isso, acho que deve ser engano de algum cometa que passou por aí e deixou cair alguns calhaus da cauda que deram à costa.
Ou então é barro, a ver se pega. Como este, que a fne já agarrou.
Dúvidas
Quantas actualizações salariais daria o saco azul do zeinal? E quantas dariam as viagens e outras simpatias que o espírito santo salgado (e outros mecenas empreendedores, alegadamente, claro, da antiga pêtê à agora edêpê, com aqueles grandes debates encenados para discutir o futuro do país) distribuiu(ram) por muita gente que andou e anda por aí a criticar os funcionários públicos e professores por terem “privilégios”? Existisse algum pudor e vergonha e seriam muit@s o que pediriam escusa para escrever sobre quem recebe para fazer o trabalho que faz e não encomendas de pseudo-notícias e opiniões teleguiadas. Atenção que não estou a falar em especial de jornalistas a sério, mas de alguns cromos com foto diária ou semanal para despejar chorrilhos de asneiras sem qualquer verificação factual. Aliás, durante muito tempo essa – o recurso sistemático à pós-verdade – deveria ser condição indispensável para a avença mediática, em meio singular ou em sinergia comunicacional.
Olhem que não eram só os corporativos e abrantinos que eram mantidos pelo(s) poder(es), nem só pelo desse tempo. Os processos não mudaram. Pelo contrário, refinou-se no encobrimento e no uso de informação sensível para manter muita gente pela arreata sem bufar…
E há os que adesivam por muito pouco, porque parece que ainda há por aí alguma crise.