Pelo Contrário

Uma das maiores mistificações em curso há muito tempo é a daqueles que afirmam defender o “interesse dos alunos” e propõem medidas que, no essencial, significam que desistiram de acreditar nesses mesmos alunos. Pior… acusam de serem contrários a esse “interesse” aqueles que continuam a acreditar que os alunos são capazes de alcançar níveis de desempenho e sucesso sem ser através do encurtamento disto, da simplificação daquilo e, no fundo, do nivelamento por baixo do que é exigido como suficiente.

Quem desistiu dos alunos, em particular dos que mais necessitam de apoio para progredirem e conseguirem o melhor de si próprios, são aqueles que consideram que o sucesso só consegue ser alcançado através de engenharias estatísticas ou metodológicas. O caminho fácil.

O caminho difícil é outro. Não é, não poder ser o da “lógica da simplificação”. A conversa sobre o “rigor” nisto tudo é apenas o recurso a um chavão que vale o que mais ou menos o que valeu no mandato anterior, mesmo se a aplicação divergia em detalhes.

Bean

Também é uma “Prática Tradicional”

Lixar os concursos de professores (eu traduzo… lixar os professores) e acusar a informática pelos “eventuais erros”. A incompetência costuma desaguar na tecnologia que, em outros dias, se afirma ser a salvadora e a base da Educação do século XXI. Pena que tenhamos um ME (falo em termos colectivos, mas não só) com escassas competências nestas matérias e que decidiu enveredar pelos concursos “extraordinários” cratianos, em vez de definir uma forma própria, justa e sem truques de vincular docentes.

O que vou lendo acerca das exclusões de última hora é demasiado preocupante, tanto pelo facto, como pela forma como os irresponsáveis se descartam e despejam a coisa para os recursos hierárquicos (há os que lá andam há anos, sem a dignidade de uma resposta).

E logo agora que o Bloco e o PCP ganharam sentido de Estado, nem podemos esperar pelo tradicional pedido de “mudança de políticas”.

porco de bibiclete

O Problema é Mesmo Esse!

A Galp reafirmou este segunda-feira a legalidade das viagens pagas a governantes, a que chama uma “prática tradicional”.

Eu compreendo que para os mexias (esse anda nestas coisas por outros motivos, com mais zeros à mistura) e equivalentes isto seja tudo lana caprina, favores que se fazem com uma mão e o sabonete na outra, tudo coisas do mais desprendido que existe desde que depois tudo aconteça de forma igualmente tradicional, com as decisões a decidirem o que deve ser decidido.

Sim, é uma “prática tradicional”, estou também aqui de acordo com esta malta que venderia a própria tetravó a uma empresa marciana se ela os mantivesse nos céus dos ceo’s. Como é tradicional o caciquismo, o clientelismo e todas essas tradições mais antigas do que as ceroulas do afonso henriques. E tradicional a incapacidade ver como isso está errado.

O que é mais deprimente? Que exista gente que se deixe ficar na lista de favores por tão pouco. Ao menos, qualquer coisa que valesse mesmo a pena.

Pindéricos.

PindericoCasteloBranco

(mas calma… não vai dar em nada… e ainda acabam em cargos não executivos… é tradicional!)

 

 

 

 

 

Tem Toda a Razão

Daniel Bessa, uma das luminárias económicas do regime, afirma que “há uma desconformidade entre educação, ciência e investigação e a economia portuguesa” e eu concordo e acrescento que existe mesmo uma disformidade na economia portuguesa, pois só assim se percebe que tanto subsídio despejado pela Europa na nossa economia tenha dado os resultados por demais conhecidos. Porque em matéria de Educação nós recuperámos muito. Só que agora como há dinheiro de novo para a “formação” até 2020, a sofreguidão dos “empreendedores”é a do costume.

Clown