Eu sei que hoje é dia de concursos e que há muita gente que (justificadamente) não tem cabeça para pensar em outras coisas, mas já que me vão chegando aplicações do PAF (Programa Autonomia e Flexibilidade, que pode ter variações conforme as localizações), gostaria de destacar as propostas que surgem de reorganização do currículo do 2º e 3º ciclo antes de me de(le)itar com as prosas envolventes, dignas de uma antologia dedicada ao Renascimento do Eduquês Bacoco.
No caso em apreço – escola da Grande Lisboa – a coisa traduz-se basicamente em retirar a História e Geografia de Portugal (que no 5º ano apenas tem como matéria os conceitos básicos da Geografia, em geral, e da de Portugal, em particular, e a História de Portugal da Pré-História à Restauração) e a História uma aula, deixando-a com 90 minutos semanais, para alimentar a “nova área” da Cidadania e Desenvolvimento que, conforme propaganda muito espalhada por aí, deve ser leccionada com base no “perfil” dos docentes. Quanto ao mais… não vejo nenhuma gestão criativa dos tais 25%, apenas ficando por ali uma certa salgalhada no Apoio ao Estudo, transformado numa espécie de reserva de tempo para uma nova e encoberta Área de Projecto, para além de uns dias de festa curricular no final do período.


Esta minha queixa é micro-corporativa? Pois… sim, será, mas o que se pode fazer quando o desenvolvimento curricular e outras adjacências ao poder estão nas mãos de quem defende interesses equivalentes na sombra com muito maior capacidade de intervenção?
Pena que a APH ande perdida no meio disto tudo, cheia de gente com medo de ficar mal no retrato de família.
A Filosofia foi abatida, a História vai a caminho. Porque incomoda (parece que a acham “inútil”, “enciclopédica” e ouvi mesmo alguém recentemente questionar o interesse de ensinar a História de Portugal no contexto da Europa) esta gente muito Corpo São em Cabeça Vazia.
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