Incomodidades

A ideia deste quintal não é reviver as confusões do umbigo e andar em busca de polémicas e quezílias a cada esquina. Não é por nada, mas a sério que a coisa cansa, poucas vezes dá resultado e o gozo que proporciona vai diminuindo. Por isso, há coisas que me enviam e que eu opto por não publicar na íntegra ou de forma directa porque tenho a experiência de chatices das boas por divulgar documentos fidedignos e factos correctos acerca da vida de algumas escolas e/ou agrupamento.

Isso não impede que me sinta bastante incomodado quando recebo documentos ou testemunhos altamente perturbantes sobre a vida interna de algumas escolas, das suas (más) práticas, mesmo que justificadas com as melhores das intenções. Não falo daqueles documentos patuscos que vão buscar ao baú prosas recuperadas a sebentas das profissionalizações dos anos 90 do século passado. Falo de projectos de intervenção que são um completo acidente, de documentos “estrutrurantes” decalcados de mil outros, feitos pelo molde aprovado, ou de práticas de abuso de poder com a aprovação da tutela, nem que seja por omissão, para impor micro-políticas de sucesso. E o que mais me incomoda é que quem as denuncia volta a ter receio em assumir isso na primeira pessoas porque sabe que, mais cedo do que tarde, vai “pagá-las”.

Outro nível de incomodidade é trocar uns piropos com um dirigente associativo que, quando questionado pela demissão completa da sua organização em defender os seus (teóricos) associados junto do poder e pela preferência em ser câmara de ressonância desse mesmo poder junto dos seus (teóricos) associados, levar como resposta que os professores devem saber defender-se nas suas escolas. Isso, pá, é uma coisa que eu posso dizer porque não presido – nem faço parte – a uma associação que afirma existir para defender os direitos dos professores de um dado grupo disciplinar.

Incomoda-me o adesivismo em troca de mobilidades estatutárias e os professores que amam os alunos, em especial se conseguirem manter-se anos fora das salas de aula em que teriam de conviver com eles quotidianamente.

Mas, como se sabe, isto só me incomoda porque eu anseio por “protagonismo” e sou um moralista, ora esquerdista, ora imobilista.

Dead

O Segredo Está nas Parcerias!

Acho essencial que as Universidades e Politécnicos se relacionem de forma mais permanente e aberta com o Ensino Não-Superior até para evitar as costumeiras recriminações sobre a preparação dos alunos ou a falta de informação destes sobre a oferta “superior”.

O que acho menos essencial é que essa relação esteja a passar por estes dias pelo estabelecimento de parcerias para que centros de estudos universitários (pelo que observo com forte peso de algumas privadas) que se declaram cheios de “especialistas” venham avaliar o trabalho das escolas básicas e secundárias como se estas estivessem numa espécie de estágio.

Com sinceridade, se houve ano em que contactei com pessoal completamente a leste do que se passa fora do seu mundo, foi quando tive de ir fazer a minha profissionalização a uma dessas instituições.

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