A menos que seja cachorrinho amestrado. Um dirigente sindical da Fenprof (Luís Lobo) colocou publicamente no seu mural “de uma rede social” um texto em que, basicamente, incita o ME e o Ministério Público a perseguirem o Arlindo por ter disponibilizado o acesso às listas do concurso de professores à medida que elas iam entrando na plataforma electrónica da DGAE. Os termos em que o faz são os seguintes:
Para quem não se apercebeu, embora hoje não se fale de outra coisa, ontem um senhor que é director do modelo de gestão que não é democrático (de nome Arlindo e que tem um blogue de que muita gente fala) e que é simultaneamente dirigente com redução da FNE, colocou online as listas de colocação do concurso interno de professores antes do próprio ME as ter divulgado oficialmente.
Há duas hipóteses, pelo menos, de análise do acontecido:
– o Arlindo tem quem faça pirataria por ele e sacou, indevidamente, as ditas cujas (desta forma com o número de visitas ao seu site, que é comercial, pois ganha dinheiro em publicidade com ele) e fez a sua publicação, fazendo subir a sua cotação e ganhando ainda mais com isso;
– o Arlindo não é apenas um corsário ao serviço de alguém, mas alguém de dentro do ME divulgou a uma entidade lucrativa privada as listas que deveriam ter sido postas online pelo governo, antes de qualquer outro.
Ora, se a pirataria sai de dentro ou se foi feita com recursos que desconhecemos, o que sabemos mesmo é que o senhor Arlindo está metido nisto.
Isto é absolutamente condenável!
Perguntas:
– Que vai fazer o ME em relação ao senhor director Arlindo?
– Que vai fazer o Ministério Público relativamente à pirataria que inegavelmente existiu?
– O reitor Arlindo tem um infiltrado no ME ou nos serviços da administração educativa da DGAE?
Uma coisa é certa, este senhor director Arlindo anda a viver à custa de quem visita o seu blogue, quem o divulga e quem o promove, participando em actos criminosos de forma negligente porque nem pensam em quem andam a dar a mão.
O Arlindo não precisa de defensor oficioso, mas como já passei por este tipo de ataques e sei até que ponto são feitos dossiers de publicações de blogues por certas organizações (um destes apára-chicos há anos abanou-me com um monte de folhas num debate enquanto dizia que tinha ali tudo o que eu tinha publicado sobre um dado assunto como se isso me assustasse), gostaria de replicar sobre um ou dois pontos em que, podendo divergir do Arlindo nas opções, acho que ele tem o mesmo direito do que outros em assumi-las.
- O Arlindo decidiu ser director de um agrupamento, concorreu e ganhou. Como ele, há muita gente da fenprof ortodoxa que o fez e está lá no seu lugar de director@. Não li ainda nada acerca disso, excepto quem se justifica dizendo que mais valem eles do que outros.
- Há muita gente que tem redução ao abrigo da mobilidade estatutária em muitos sindicatos que não faz 1% do trabalho do Arlindo e muito menos com interesse para a vida dos professores. Aliás, desconheço qualquer acto concreto – desconto a participação em marchas e romarias e a direcção de publicações pagas com o dinheiro dos professores quotizados – do autor do texto que mereça destaque fora do comité de avaliação da ortodoxia nogueirista.
- O Arlindo optou por inserir publicidade no seu blogue, à imagem de muitos blogues lá fora e de alguns cá. Se ganha dinheiro é porque é visitado por muita gente que acha que vale a pena ir lá. Porque vale a pena ir lá? Não é pelas mesmas razões do Jornal do Incrível ou da Tertúlia Cor-de-Rosa. É porque a informação é considerada fidedigna e rigorosa e as pessoas voltam lá. Se ele decidiu facturar com isso? É uma opção que ele assumiu e quem se sente mal com isso pode sempre coçar-se.
Aliás – na ausência do defunto PageRank – há ferramentas para medir a “autoridade” de uma página na net que nos permitem aferir da relevância dessa página e do domínio em causa. E não deixa de ser curioso que a página da Fenprof tenha poucos pontos acima do blogue do Arlindo nessas matérias (e já agora sobre este próprio Quintal 🙂 apesar de bem novinho por comparação), apesar de todo o seu historial, de ser mantida por uma equipa e ser a página de um dos sindicatos mais poderosos do país, ou assim gostar de se afirmar. Quem quiser pode confirmar, mas sem pagar só têm direito a três tirinhos.
Mas podemos ainda fazer uma comparação global, a partir de uma outra ferramenta de medição, que não deixa de dar resultados curiosos:


Talvez se o senhor sindicalista Luís Lobo pensasse um pouco sobre isto fosse mais útil e pudesse servir para ele próprio reconverter o seu tipo de intervenção pública, a qual só acontece quando é para ficar no rodapé da delegação ou preencher os espaços em branco nas férias de outros.
Por fim, mais estranha do que esta atitude de operacionais da fenprof ortodoxa e outras micro-organizações que poucos conhecem nas escolas, tenha sido a reacção de alguns professores que, antes de quaisquer outros clamaram por crime, atacaram objectivamente o Arlindo por ter prestado um serviço aos professores e desenvolveram tenebrosas teorias da conspiração. Mas… já pouco me admira.
Nota final: estou para perceber se estas reacções meio penosas resultam de info-exclusão (pouco credível em malta com anos de experiência em meios digitais) ou apenas de má-fé ou inveja. Porque o que se passou foi apenas um exemplo de pouca competência dos serviços do ME, não sendo necessário andar para aí a acenar com piratarias, até porque o putin está mais preocupado em manter o trump do que em deitar abaixo o nosso mec.

Gostar disto:
Gosto Carregando...