O que aconteceu aos Paramore? Bateu-lhes os 80?
Dia: 26 de Julho, 2017
Andam a Acordar Tarde e de Mansinho
Cruzes, credo, se fossem capazes de tomar uma decisão colectiva a sério sobre esta matéria. Ganhariam muito crédito nas suas escolas, mas eram capazes de haver muito consumo de fraldas.
Há anos que o projecto é este, há quem avise, esbraceje para indiferença quase geral e quando o pelotão de fuzilamento já está perfilado é que algumas pessoas parecem acordar de um torpor imenso. E não vale a desculpa de terem 548 plataformas electrónicas para preencher. Compreendo a overdose, mas não chega como desculpa para a apatia da ande e da andaep.
Já agora, quanto ao caso da Educação Especial, é bom que se afirme com clareza que há muita mentira (seria melhor dizer “inverdades” ou “verdades alternativas”?) por aí a justificar algumas medidas. O Currículo Específico Individual tem sido uma ferramenta que promove a progressão de muitos alunos. Dizer o contrário é ignorar a realidade ou mentir descaradamente. E é batota enviar a secretária de Estado da Inclusão para divulgar as medidas. Lá porque sou míope não sou especialista em oftalmologia. Nem politicamente correcto.
Ainda Vale a Pena Berrar?
Não sou associado, mas houve quem me reencaminhasse.
Caros associados:
Em audiência concedida à APH e à APG no dia 17 de julho pelo Sr. Secretário de Estado, João Miguel Marques da Costa, foi-nos confirmado que o tempo máximo semanal estipulado para a lecionação da nova disciplina de Cidadania e Desenvolvimento é de vinte e cinco minutos. Ambas as associações solicitaram ao Sr. Secretário de Estado para que se proceda a uma retificação do despacho 5908/2017, colocando-se aí, de forma explícita, essa informação, de forma a não dar origem a interpretações menos corretas por parte das escolas, nomeadamente retirando tempos de lecionação à disciplina de HGP ou de História.
A direção da APH
Posição conjunta relativa ao despacho 5908/2017, das Associações de Professores de Geografia e de História
Após a publicação do despacho nº 5908/2017, ambas as associações elaboraram uma carta conjunta dirigida ao Sr. Secretário de Estado da Educação João Miguel Marques da Costa, expondo algumas dúvidas e reflexões. Na sequência desta fomos recebidos pelo Sr. Secretário de Estado.
Nessa carta começávamos por saudar a promoção da autonomia necessária para que as escolas possam vir a enquadrar as aprendizagens numa perspetiva multidimensional, de forma a preparar os jovens para os desafios que se lhes colocam, tal como vem enunciado no Perfil do Aluno para o Século XXI.
Abraçámos este projeto visto termos considerado que o mesmo fazia todo o sentido numa escola que se pretende inclusiva, criativa e adaptada às novas realidades sociais, económicas e culturais. Colocámos todo o nosso empenho na elaboração das aprendizagens essenciais (AE), exortámos os nossos associados a participarem no processo, tendo tido em linha de conta as suas contribuições. Posteriormente, as AE foram sendo reelaboradas e revistas num processo interativo com a DGE. Concordámos, desde o início, com a sua elaboração, visto que considerávamos que os documentos curriculares existentes se encontravam ultrapassados e pouco adaptados à realidade escolar atual. Assim, concordamos com o disposto no Artigo 2º, alínea c), onde as AE de cada área disciplinar e disciplina constituem as orientações curriculares de base na planificação, realização e avaliação do ensino e da aprendizagem.
Saudamos também o Artigo 5º, muito preciso relativamente à utilidade das matrizes anexas ao despacho. Nessas matrizes pode-se ler claramente que, no 3º ciclo, a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento pertence à área das Ciências Sociais e Humanas, sendo aquela, obrigatoriamente, coordenada/lecionada pelas disciplinas de História e de Geografia. Estas disciplinas são as que se encontram mais bem colocadas para estabelecerem pontes entre as aprendizagens de Cidadania e Desenvolvimento e todas as restantes disciplinas, abrindo-se assim espaço para, ao abrigo da flexibilização curricular, haver momentos em que estejam presentes professores coadjuvantes de outras áreas, privilegiando-se assim o trabalho de projeto na disciplina em causa.
Na reunião acima mencionada, o Sr. Secretário de Estado referiu que esta nova disciplina deveria, de facto, ser prioritariamente lecionada por professores de História ou Geografia. Afirmou ainda que esta disciplina teria, apenas, 25 minutos semanais de lecionação, não retirando assim qualquer tempo letivo à Geografia e à História, mantendo-se na realidade a mesma carga horária semanal que consta no DL 129/2012[1]. Situação idêntica verifica-se no 2º Ciclo com a disciplina de HGP.
Face ao exposto consideramos que não existe qualquer razão para a diminuição da carga horária semanal e consequentemente dos tempos letivos das disciplinas mencionadas anteriormente. Neste sentido recomendamos:
– 2º Ciclo – 3 tempos letivos para o 5º e 6º Anos;
– 3º Ciclo – 6 tempos letivos para o 7º Ano, a dividir equitativamente pela Geografia e pela História; 5 tempos letivos para o 8º e 9º Anos, a distribuir também de forma equitativa pelas duas disciplinas (3+2 ou 2+3). [o “equitativamente” aqui foi uma grande conquista da Geografia ao longo do tempo, mas não vamos perturbar a harmonia aparente]
Reafirmamos o nosso pleno acordo relativamente às metodologias e possibilidades de desenvolvimento de trabalho interdisciplinar explanados no despacho. As duas associações que representam os professores de História e de Geografia encontram-se, no momento, a trabalhar na elaboração de propostas de projetos interdisciplinares, de acordo com o explanado no artigo 13º. Neste sentido juntamos três propostas de projetos interdisciplinares passiveis de ser aplicados ao longo de toda a escolaridade obrigatória.
Agradecemos que todos os colegas que se encontram em escolas com flexibilização curricular nos façam chegar as matrizes horárias semanais e as planificações dos projetos interdisciplinares.
Atenciosamente,
Os presidentes e vice-presidentes da APG e da APH,
Emília Sande Lemos
Miguel Monteiro de Barros
Ana Cristina Câmara
Marta Frade Torres
[1] A principal diferença que se verifica na matriz do Despacho n.º 5908/2017 é a transferência, para o 7º Ano, dos 250 minutos de lecionação anteriormente previstos para o 9º Ano.
Dramas de Verão – 2
Gosto dos livros de “capa dura” por causa da sensação de durabilidade e robustez que transmitem, mas nem por isso dos preços praticados. E por cá nem são regra, nós somos suaves até na capa dos livros, seguindo o modelo francês e não o anglo-saxónico. Tirando o Círculo dos Leitores, são poucos os exemplos de edições em hardback.
Já os livrinhos de bolso agradam-me porque, para além de bem mais baratos, são mais fáceis de transportar e arrumar, poupando espaço e carteira. A opção pelas edições inglesas de paperback permite-me cortar 50% ou mais aos custos de muitas leituras. Em francês é mais complicado, porque, apesar de me ter habituado a ler desde novo por causa da banda desenhada – com a Metal Hurlant e a (a suivre) à cabeça a servirem de guia para quem nunca teve aulas de francês (na altura o currículo era emagrecido à força) -, a leitura torna-se mais lenta, porque os franceses nem sempre são os mais claros no seu estilo e mesmo nas traduções é preciso perder algum tempo a ir ao dicionário (cometi o “erro” de comprar o económico poche do Grenouilles do Mo Yan – afinal o original é em chinês – e o início foi penoso). Mas depois de dois livros muito bons do Joel Dicker (com uma escrita límpida, mas nem por isso menos complexa na estrutura) e mais umas outras coisas interessantes, regressei aos folios, aos livres de poche e aos 10/18.
Uma recomendação para uma leitura sorridente… o Il este de retour de Timur Vermes está-se a aguentar ao fim de 150 páginas (são mais de 300) contra as minhas expectativas acerca de um livro sobre o acordar de Hitler em plena Alemanha do século XXI.
Já o do Littell está em anos à espera… pode ser que seja desta.
(sim, a foto está de ao contrário, mas assim lê-se melhor)
Ambidestria
Após ler alguns comentários na tal “rede social” acerca do que escrevi aqui ontem, voltei a perceber que há gente que – mesmo usando os recursos – tem posições de autoridade e reprovação moral conforme as coisas se alinham entre Esquerda e Direita na sua classificação pessoal ou da organização a que pertencem.
No meu caso, acho que a estupidez é transversal. A competência também. Ora, eu posso discordar das posições de alguém, mas considerá-las coerentes e defendidas com qualidade. Em contrapartida, pode haver quem partilhe algumas das minhas ideias, mas seja um calhau na sua defesa e a faça de forma estúpida e desonesta.
E depois há os casos perdidos em que nada se aproveita, de uma ponta à outra do “espectro político”.
Já agora… a quem possa interessar, a microsoft informou-me (sms e mail) ontem à tarde que alguém andou com muita curiosidade a remexer nas definições de privacidade da minha conta e de acesso ao mail. Bom proveito 🙂 ainda tenho guardados umas coisas de 2008-09 capazes de chatear alguns lutadores.