Quantas actualizações salariais daria o saco azul do zeinal? E quantas dariam as viagens e outras simpatias que o espírito santo salgado (e outros mecenas empreendedores, alegadamente, claro, da antiga pêtê à agora edêpê, com aqueles grandes debates encenados para discutir o futuro do país) distribuiu(ram) por muita gente que andou e anda por aí a criticar os funcionários públicos e professores por terem “privilégios”? Existisse algum pudor e vergonha e seriam muit@s o que pediriam escusa para escrever sobre quem recebe para fazer o trabalho que faz e não encomendas de pseudo-notícias e opiniões teleguiadas. Atenção que não estou a falar em especial de jornalistas a sério, mas de alguns cromos com foto diária ou semanal para despejar chorrilhos de asneiras sem qualquer verificação factual. Aliás, durante muito tempo essa – o recurso sistemático à pós-verdade – deveria ser condição indispensável para a avença mediática, em meio singular ou em sinergia comunicacional.
Olhem que não eram só os corporativos e abrantinos que eram mantidos pelo(s) poder(es), nem só pelo desse tempo. Os processos não mudaram. Pelo contrário, refinou-se no encobrimento e no uso de informação sensível para manter muita gente pela arreata sem bufar…
E há os que adesivam por muito pouco, porque parece que ainda há por aí alguma crise.