O Despacho n.º 5908/2017 de 5 de julho já previa aquilo que em tempos de Valter Lemos se iniciou com a designação de “permeabilidade” (Decreto Normativo 29/2008 de 5 de Junho), mas que agora com João Costa ganha a designação de “percurso formativo próprio” e que consiste, basicamente, nos alunos e encarregados de educação fazerem uma espécie de pout-pourri de disciplinas entre as dos cursos científico-humanísticos, artísticos especializados e profissionais, conforme achem que lhes dá mais jeito à vocação.
(Educação Física é que não se pode permutar, claro… não é “específica”…)
Eu não discordo da possibilidade de alguns ajustamentos pontuais no percurso de um aluno e até da sua mudança de área, mas… há limites para a permuta de tudo e mais alguma coisa, até porque eu vou gostar de ver como é que depois as pecinhas encaixam, nomeadamente ao nível dos horários das disciplinas.
Aconselho vivamente a leitura a informação complementar disponível do site da DGE para quem vai dar Secundário (para quem for dt vai ser melhor comprar já umas boas caixas daquelas aspirinas mais fortes), porque agora é que vai ser mesmo um carrossel de entradas e saídas de alunos das disciplinas se não lhes garantirem o sucesso (deixemo-nos de tretas… basicamente isto é para que os alunos possam trocar umas disciplinas menos agradáveis por outras sobre as quais tenham uma melhor “impressão”).
Não me admira muito que daqui por um ou dois anos alarguem isto ao Básico e os alunos possam substituir Matemática, História ou Português (“currículo velho”) por transversalidades como “Educação para a Multiculturalidade”, “Educação para a Igualdade de Género(s)” ou “Apontamentos para a Observação de Drones em Repouso” (“currículo novo” com “competências-chave para o século XXI”).
Já agora… há mais escolas a dizimar já as horas de História e Ciências/Físico-Química no 3º ciclo para dar espaço para os “projectos”. Depois não digam que não vos avisei.
E não se pode fazer permuta dos (des)governantes?
Não podemos trocar um político que não nos interesse por uma pessoa inteligente e honesta?
Isso é que seria progresso.
GostarGostar
Ainda bem que a Educação Física não entra nas possibilidades de permuta. Seria certamente a disciplina mais procurada.
GostarGostar
A sério? Mas a História não será mais “inútil”?
GostarGostar
A História será tão “inútil” como todas as outras disciplinas. Inclusivamente a Educação Física.
Agora que todas fazem falta, independentemente do que alunos, paizinhos e alguns políticos acham, lá isso fazem.
GostarGostar
Mas há umas que se vão tornando mais necessárias (leia-se, obrigatórias) do que outras… 🙂
GostarGostar
Esta medida, assim desta forma, é uma espécie de bodo aos pobres que vai resultar em melhores médias, mas piores aprendizagens para muitos. É a fábrica de ilusões sempre que se deixam certos grupos dominar a Educação. Isto, sim, é o facilitismo, é a a submissão à lógica do delete e recomeça tudo, como se a vida fosse mesmo assim. Não é, o choque vai ser mais tarde. Eu tenho uma filha que irá chegar ao Secundário já com isto em vigor e lamento. Claro que entendo que exista quem queira fugir de “acidentes” que aparecem pela frente (mais professores do que disciplinas), mas isso é outra conversa,
Relembremos os casos de má memória dos alunos que saíam das turmas regulares para fazer disciplinas em outras “alternativas” com grandes médias. Tinha-se acabado com esses esquemas… voltaram com um manto diferente. Se esta minha visão é conservadora? Talvez,,, mas não ando aqui para fazer coro com falsos “futuros” do tipo erase and rewind.
GostarGostar