Há Aqui Algo Muito Estranho

O Mário Nogueira e o César Israel Paulo podem congratular-se com a correcção dos “erros” pelo ME (se fosse em outros tempos haveria berraria sem fim… mas as coisas mudam muito), mas há algo que permanece: existiram 363 casos de invalidação de contagens de tempo de serviço feitas pelas escolas, seguindo-se 171 casos de invalidação da invalidação. Pelo meio mais de 3700 denúncias, mas o que está em causa é mesmo o que pode levar a que o ME invalide contagens de tempo de serviço pelas escolas e, ao mesmo tempo, queira descentralizar cada vez mais a gestão de tudo e mais alguma coisa. E está em causa também que (pelo menos) 171 invalidações estivessem incorrectas fazendo com que ess@s professor@s tivessem de ficar com vagas que sobraram das ocupadas por outr@s que, em diversos casos, estavam atrás nas listas graduadas.

Eu sei que os tempos são de Grande Paz e Compreensão pelos inconseguimentos (vamos chamar-lhes assim…) na Educação, sejam quais forem. A margem de tolerância sindical e para-sindical parece-me das maiores, se não mesmo a maior, que alguma vez observei em 30 anos em relação ao poder político. A ausência de crispação é notória por parte de muitos dos mais “aguerridos” nestas matérias e que ainda há poucos anos acusavam de colaboracionismo outras organizações em relação a outra equipa ministerial. Fomos do 80 ao 8 num piscar de mandatos.

Mas há coisas que me parecem dificilmente admissíveis, como um concurso ter decorrido enquanto estavam em apreciação mais de 360 recursos, dos quais 171 já tiveram provimento (e estando mais por ter resposta a 24 de Agosto). Quase tudo nestas vinculações “extraordinárias” me parece errado, desde o princípio de não vincular todos aqueles que cumprem os requisitos para uma vinculação regular aos procedimentos “extraordinários” na pior das acepções que possamos ter.

Mas, desde que os “representantes” dos docentes e, em especial, dos contratados e candidatos à vinculação se mostrem muito satisfeitos com tudo isto (incluindo um mecanismo de vinculação criado por um ministro que criticaram por isso mesmo), é inútil alguém dizer o contrário e realçar o quão errado tudo isto está. Esteve errado com Crato, está errado com Tiago.

A teoria do mal menor continua de vento em popa.

Frade

8 opiniões sobre “Há Aqui Algo Muito Estranho

  1. Ainda há 192 recursos hierárquicos que ainda não foram respondidos (pelas contas dos número oficiais do próprio ME, entre excluídos, recursos e deferimentos). Os candidatos (onde me incluo) que continuam à espera, vivem cada dia como crescente inquietação. Pessoalmnte sei que o motivo da minha exclusão não pode ser mantido (referia-se ao tempo de serviço, que está corretamente contado e validado) e que serei integrada nas listas novamente.
    Entre todos os que esperam ainda e desesperam trata-se de saber se vão vincular ou não, trata-se de perceber se os candidatos excluidos se mantem como contratados (quando com as exclusões em massa houve vinculação de não excluidos menos graduados), se teremos acesso à Contratação Inicial e ainda se teremos que viver a experiência forçada do desemprego e por quanto tempo.
    Todo este processo é uma VERGONHA que atinge todos: ME, sindicatos e esses auto proclamados representantes de contratados, que não me representam em nada e nunca representaram. Não espero nada de ninguém que não possa fazer por mim própria.

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    1. Onde está a justiça e a equidade? Eu ainda espero e desespero por uma resposta ao recurso hierárquico referente ao tempo de serviço. Entretanto, a minha vida está suspensa. Onde está a justiça e a equidade?

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  2. Arlindo, esta notícia/ comentário continua a ser falaciosa! Ou a induzir em erro!!1 Dá a entender que dos 360, os que são além dos 171 não teriam razão! E não é isso que acontece! Acontece que esses quase 200 não obtiveram resposta! Mas será possível, que além das TV passarem notícias incorretas, nem quem está por dentro da situação dos professores consegue passar a imagem correta???

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    1. Não é isso que está em causa… (e eu não sou o Arlindo, nem foi ele que fez link para este post… um pouco mais de atenção))… eu sei que continuam recursos por analisar e dar despacho.

      O que está em causa é algo tão ou mais grave, que é o aceitar-se o erro como norma. Ou as (in)validações sucessivas como um procedimento natural.

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      1. Deste ministerio já nada me surpreende. E gostava de saber como é que foi feita a contagem do tempo de serviço em 2013/14. Umas escolas contabilizaram para a RR1 (que saiu a 12/09/2013) 365 dias (pode estar correto se existir acumulação) , para outros 365-12. Para outros casos a duração (responsabilidade do ME) que saíram nos recibos da colocação).
        Ainda este ano letivo a própria DGAE segui a “sugestão doAr… ” e fez muito bem, de na RR3 ter retroatigo a 01/09.
        Pena que a mim não cumpram os 365 que o SIGRHE lá escreveu. A isto chama-se “subtração indevida” e “inverdade”. Mas o Paulo não desiste. E mais ainda não me responderam ao meu recurso hierárquico.

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