Qual Ano Lectivo?

Quando a FNE engrossa a voz eu fico sempre numa excitação sem limites na antecipação do repouso que se seguirá.

O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, admitiu esta sexta-feira o recurso à greve caso o Governo persista em não abrir um processo negocial sobre o novo ano letivo.

Ondas

(depois de todo um mandato a servir de muleta de Nuno Crato acham que alguém acredita na vossa “firmeza” reivindicativa?)

Upsy Daisy

LISTAS DE COLOCAÇÃO DA MOBILIDADE INTERNA ESTÃO SUSPENSAS

Hoje, dia 8 de Setembro de 2017, às 11 horas, o Ministério da Educação foi citado pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, na sequência da aceitação da providência cautelar apresentada pelo SPN em representação de uma associada.

Este ato produziu automaticamente a suspensão das referidas listas. Esta suspensão só poderá ser levantada quando o Ministério apresentar uma resolução fundamentada sobre os prejuízos que essa medida provoca ao interesse público, e essa fundamentação for aceite pelo tribunal.

Até lá, pode-se rigorosamente dizer que essas listas, que tanta injustiça criaram, estão efetivamente suspensas.

sindicatooo

O “Empurrão”

A tutela parece que já desistiu de sublinhar em excesso o carácter “inovador” e nunca visto do pafismo (projecto autonomia e flexibilidade) educacional. Com jeitinho, também acaba por admitir que muito do que se afirma já era feito e que existiam já os “instrumentos” legislativos para dar cobertura a esta tipo de práticas pedagógicas mais ligadas aos “projectos”. O que parece é que passou para a fase de dar a entender a quem questiona com maior informação estas coisas que as escolas precisavam de um “empurrão” para adoptarem este tipo de “boas práticas” com maior frequência, quiçá – digo eu – como modelo único.

E eu pergunto… mas “empurrão” porquê e para quê? Acaso os resultados têm sido maus? Não andam todos a reclamar a paternidade da enorme descida do abandono e da melhoria dos resultados nos testes internacionais?

O que me está a escapar? “Inovar” porque sim, mesmo se não é “inovação” o que já foi feito há 20 anos, foi abandonado e poucos querem explicar porquê, incluindo quem apoia estas medidas, mas ali por 2002-03 colaborou no seu “enterro” ou mais tarde destruiu qualquer hipótese de isto ser feito a sério, com meios humanos e técnicos capazes?

“Empurrão”?

Quem ia muito bem empurrado sei eu… e não era doucement

empurrao-cebolinha

Aviso à Navegação – Mário Silva

Este ano letivo tornou-se mais evidente  a utilização de subterfúgios pelas direções, ancoradas na ambiguidade legislativa, para realizarem dois atos: impedir professores do quadro de continuar na escola (um despedimento local…) e aumentar o nº de horas letivas para além dos 22 ou 24 tempos.
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Como?
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No 1º caso: após analisar vários horários de várias escolas mostrados por colegas, constata-se que a distribuição das turmas foi feita de modo que não sobrem os 6 tempos letivos minimos necessários para o docente não ficar com ‘horário-zero’. Utilizando o nº de turmas existente na escola para determinado grupo de recrutamento, constatei que, utilizando outra distribuição, que todos os docentes teriam tempos letivos necessários. Na prática, é uma forma de despedimento da escola, e as direções têm subrepticiamente um método de ‘despedir’ os profs menos graduados que considerem indesejáveis…
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No 2º caso: o recurso à atribuição de serviço como “sala de estudo”, “apoio ao estudo”, etc., destinado a receber alunos numa sala para esclarecimento de dúvidas, colocando esse tempo na componente não letiva de trabalho no estabelecimento. O problema é que o docente fica a trabalhar com um grupo de alunos, podendo constituir um número equivalente a uma turma, só que tendo alunos provenientes de várias turmas diferentes.
O ECD estabelece na alínea m) do artº 82º que só pode entrar nessa componente não letiva o “apoio individual a alunos com dificuldades de aprendizagem”…!
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É lamentável que existam diretores/as (que são professores/as!…) que coloquem estes tempos na componente não letiva, dando na prática mais tempo letivo, porque se trabalha com grupos de alunos e não com alunos individualmente.
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E deste modo, além da classe docente ser espezinhada pelo poder ministerial, ainda tem de suportar com esta ilegalidade imposta por colegas de trabalho(!), obrigando a uma conflitualidade entre pares que seria perfeitamente evitável, se as direções tivessem respeito pelas regras, como seria a sua obrigação profissional.

Mário Silva

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