A Desfaçatez em Política Tem um Nome e é Porfírio

Não me interessa o que afirmou o PSD ou a sua deputada. Apenas que o deputado Porfírio falta à verdade com toda a desfaçatez. Não é com as aleivosias da PAF que se justifica a efectiva mudança de regras a meio de um concurso. Esta é a “cartilha” do PS, fingir que nada se passou, mas… se nada se passou, porque desmente o deputado Porfírio que existam “milhares de professores nesta situação”.

Deputado Porfírio… o que se passou foi que não se aplicaram as regras do concurso quanto à ocupação dos horários, tal como elas estavam legisladas e isso nada tem a ver com o facto dos professores terem de ficar um ano no qzp de provimento no concurso “extraordinário”. Se quer exemplos concretos de professores com mais de uma década de qzp que não puderam ocupar vagas por terem alterado a aplicação da regra, como o próprio ME admitiu no dia 25 de Agosto, é só pedir, mas aprenda a ouvir e não grite. E, mais importante, não minta ou então aprenda a ler. Tem habilitações para isso. Quanto a outras coisas, talvez se verifique um défice proporcional à tal “desfaçatez política”.

O nosso pessoal político nunca foi grande coisa, mas quando temos gurus de bastidores na Educação deste calibre… não vale a pena ter grande esperança seja no que for.

Acrescento ligação para a resposta da Helena Rechena no Proflusos a este enorme vulto do nosso parlamentarismo.

(longe vão os tempos em que certos cromos fizeram o tirocínio na caixa de comentários do Umbigo…)

 

E Depois Há Ainda uma Dúvida…

… que é a de saber a quem serviu aquele grupo de indeferimentos nas candidaturas às vinculações extraordinárias, que terão desimpedido o caminho a alguns que, estando lá mais para baixo, assim conseguiram aceder às vagas disponíveis. Assim como interessaria saber o que se passa com muita gente que, com deferimento ou à espera de saber, está no limbo.  E já nem falo em pedir responsabilidades a quem indeferiu erradamente candidaturas. Isso seria pedir demasiado a gente que vive nos corredores da irresponsabilidade.

Claro que nada disto aconteceria (ou haveria menos alçapões) se em vez de coisas “extraordinárias” se abrissem concursos externos “ordinários” como mandariam as regras da decência e transparência. Até lá, ficarei sempre convencido de que se encaminhou um rebanho para disfarçar uns ulisses pendurados.

Macacos

A Estratégia da Inveja

Não é nova no ME e não é só numa cor, mas repete-se numa determinada escola de pensamento táctico. Se o conflito é com os professores, tenta colocar-se quem o não é contra, assinalando os “privilégios” dos docentes e insinua-se um seu mau profissionalismo (os tempos da “sinistra ministra” e dos seus dois comparsas foi fértil nisso); se o conflito é com parte dos professores, procura mobilizar-se uma outra facção contra eles. Nos últimos anos, tem sido recorrente acicatar os humores dos que estão “fora” contra os que estão “dentro”, dos “novos” contra os velhos”, dos contratados contra os “dos quadros”. Há sempre quem alinhe, até porque a fúria do desespero tolda a lucidez de quem é idiota útil e carne para canhão, sem perceber que mais tarde lhes pode acontecer o mesmo. Repare-se que esta equipa do ME, tirando uma ou outra desastrada (para não dizer insolente) intervenção a cargo da secretária de Estado com remoques pouco implícitos, tem primado pela ausência, pelo sacudir da água do capote, pelo fingir que nada é com eles mas com interpretações das leis ou por fugir ao confronto (ao jovem ministro parece que já ensinaram as “boas práticas” neste particular). Mas… lança uma “cartilha” que se vê repetir nas redes sociais até à náusea por parte de um proletariado docente que já aceita que se alinhe tudo pela mediocridade desde que lhes seja assegurado um lugar ao sol, extraordinário ou não. E é pena, porque apenas fazem de braço armado de quem não tem dois palmos de vergonha na cara.

spineless2

Uma Coisa que Alguns Colegas, em Especial Contratados, Parecem Não Ter Percebido

Um dos argumentos usados de forma mais errada por parte de quem critica os protestos dos colegas de qzp é aquele que se baseia no “só ficaram para onde concorreram” e a partir daí começam a desancar em tudo e todos.

Ora, isso não é bem assim. Para quem desconhece – ou finge não saber – a geografia dos qzp foi alterada pelo ministro Crato e quem entrou nos qzp antes disso (a larga maioria, exceptuando-se quase exclusivamente os “extraordinários) não concorreu ou ficou provido de lugar no que são os actuais qzp. Pelo que, em boa verdade, podem ser colocados em escolas e concelhos que não pertenciam ao qzp a que efectivamente ficaram vinculados em 200, 2005 ou 2010.

Para quem são sabe, mas quer saber, ficam os desenhos abaixo.

Será que dá para perceber que diversos qzp foram agregados e duplicaram de extensão?

O qzp em que fiquei provido em 998 e onde me mantive até 2005 (o 15) é agora outra coisa, corresponde ao 7 que agrega mais dois qzp de então.