Uma coisa é deixar às Universidades um papel importante na escolha dos seus alunos, outra abrir vias de acesso ao Ensino Superior praticamente sem nenhum tipo de aferição do desempenho dos alunos. Já não chegava a pressão sobre as escolas e professores para produzirem sucesso e encaminharem cada vez mais alunos para os cursos profissionais. Agora, mais do que o “exame da 4ª classe” quer-se desvalorizar os próprios exames do 12º ano, permitindo que a via profissionalizante beneficie de uma espécie de regime de excepção.
Penso que não vale muito a pena comentar isto. Percebe-se que a ideia é fazer com que muitos alunos enveredem pelo tal “ensino profissional” porque, no fundo, é uma fast lane para a Universidade. É por estas e outras que um certo PS (e algumas periferias da geringonça) quando governa a Educação se torna um perigo. Não sei se isto ficará assim na sua versão final. A ficar é apenas mais uma medida vergonhosa (então e os do regular terão que levar com Educação Física na média e os do profissional nem exames fazem?), entre diversas outras. Quase se começa a achar normal. Mas não é.
Público, 30 de Setembro de 2017
Greve já. E com os pais ao lado dos professores.
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???
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Continuamos focados no quadro mental do cratismo educativo, que nos pôs a discutir exames, exames, e mais exames. O modelo era: isto está mal? Toma lá com um exame que já te endireitas. Como se tudo se resolvesse com exames…
Neste caso em concreto, acho que a discussão parte de pressupostos errados quando se discutem exames do secundário mas se está a pensar noutra coisa, que é o acesso ao ensino superior.
A verdade é que não fazem qualquer sentido os exames no actual modelo do ensino profissional.
Assim como não faz sentido usar os exames, que deveriam aferir unicamente as aprendizagens do secundário, para seriar alunos na entrada no ensino superior.
Desenvolvo a minha ideia em https://escolapt.wordpress.com/2017/10/01/confidencial-mas-pouco/
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Mas a ver se percebo: então pode fazer-se média para aceder à Universidade, num caso com exames e um certo nível de exigência e no outro é conforme? Bom ou mau, o Crato acabou com aquele truque da malta ir fazer médias ao profissional para entrar na Universidade. Isto é o regresso à rebaldaria, com pontos de partida ou chegada.
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Na minha opinião, nem os exames que uns fazem nem os que outros não fazem devem contar para outra coisa que não a conclusão do secundário.
Acho curioso como se convive tão bem com um sistema que permite que todos os anos uns milhares de alunos se matriculem nos “ribadouros” para compor a média e chegarem onde não chegariam unicamente por mérito próprio numa escola pública, mas não se aceita a eventualidade de outros fazerem o mesmo via cursos profissionais. Será porque uns pagam – e pagam bem – e os outros não?
O modelo que temos é injusto, está esgotado e deveria haver coragem política para mudar as coisas, responsabilizando as universidades e os politécnicos pela selecção dos próprios alunos. Com exames, ou com o que eles quiserem.
Afinal de contas, já escolhem há muitos anos, sem problemas, os seus professores.
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Eu não convivo bem com nenhum dos sistemas, ribadouros ou profissionais. Por isso, critico ambos e não apenas alguns.
Mas uma coisa é responsabilizar as universidades e politécnicos pelo recrutamento dos seus alunos, outra desvirtuar por completo o ensino secundário…
Se há quem viva bem isso? Acredito que sim.
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Exacto exames de acesso nas universidades e ponto final.
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E exames par estes já!!
http://www.comregras.com/um-conselho-das-escolas-do-prazo-validade/
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Nesse particular, não entro em “guerras” por procuração.
O Conselho de Escolas (o presidente) pronunciou-se contra uma medida proposta pelo governo (leia-se, secretário de Estado Costa), aparecem logo sondagens e artigos desse tipo.
E depois ainda se queixam quando se fala em “encomendas”… 🙂
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