Mas a História ou as Ciências São Para Semestralizar

Algumas prioridades curriculares para o século XXI do SE Costa parecem-se demasiado com iniciativas similares dos tempos do Crato de Direita, embora com raízes nos tempos de Sócrates/MLR e na introdução, por exemplo, do “empreendedorismo” no currículo.

Secretário de Estado da Educação: Formação financeira lecionada em todas as escolas em 2018

Mas há micro-lobbys com um poder assinalável na definição das prioridades da geringonça educativa, mesmo se são praticamente desconhecidos nas escolas. E é sempre interessante o aparecimento destas micro-áreas curriculares por iniciativa de governantes que tanto falam contra a fragmentação e atomização curricular e o peso da multiplicidade de disciplinas no currículo dos alunos.

Lapis

 

O Que Se Pode Dizer Quanto a Isto?

Que os ladrões portugueses:

  • São gente séria.
  • Não querem, contribuir para o défice orçamental.
  • Não gostam de material de 3ª categoria.

O chefe do Estado-Maior do Exército revelou hoje que apareceu uma caixa de petardos a mais na relação do material furtado nos paióis de Tancos recuperado pela Polícia Judiciária Militar.

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Adorei, Adorei, Adorei!|

O preâmbulo do David Rodrigues ao seu último artigo. É sempre estimulante quando alguém começa por dizer… se não pensam como nós é porque a vossa “voz” não é respeitada e é inconsequente. Porque arruma logo com qualquer hipótese de uma pessoa se sentir capacitada – respeitada e consequente – para contraditar.

Um dos resultados positivos de tanto se falar na premência de inovar a Educação é que hoje ninguém — refiro-me a pessoas e entidades que têm uma voz respeitada e consequente — nega a importância — e mesmo a urgência — desta inovação. Temos assim um largo consenso sobre a necessidade e prioridade de mudar a Educação que temos.

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(falta-me é o referencial, logo a abrir, para o “desta”… qual “desta”?)

Incompetentes ou Corruptos

As duas possibilidades colocadas por um dos responsáveis privados (Pedro Silveira da Heliportugal) por contratos com o Estado (declarações ao Sexta às Nove e ao Repórter TVI que está a passar na TVI24) acerca dos meios aéreos adquiridos/alugados (caso, por exemplo, dos Kamov) pelo Estado para combate aos fogos: 438 milhões de euros tem sido o custo, desde os tempos do “engenheiro” à geringonça, passando pelo pafismo. Ao que parece, mesmo com relatórios do Tribunal de Contas, ninguém tem culpa de nada. O problema do país deve ser apenas o descongelamento da carreira docente.

Carteira

O Estudo Tem Chancela Prestigiada

Seja pela autoria, seja pelo patrocínio fundacional. O título é:

AS MOTIVAÇÕES E PREOCUPAÇÕES DOS PROFESSORES
Apresentação dos resultados de um inquérito

Interessante… vamos lá ler porque eu gosto destas coisas.

Só que… há coisas que me deixam meio baralhado. Vejam lá se descobrem (sou pouco subtil) aquilo que me complicou um pouco a meta-análise deste quadro e respectivas conclusões, ao nível da agregação de categorias:

Docencia

 

Selecção Nacional da Paralítica Assimétrica

É óbvio que excluo da observação sarcástica – à laia de excepção notável entre os efectivos – o Manuel Grilo:

Resolução da Assembleia da República n.º 247/2017

Eleição dos representantes dos Grupos Parlamentares para o Conselho Nacional de Educação

A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, da alínea b) do n.º 1 e do n.º 2 do artigo 4.º e do artigo 5.º do Decreto-Lei 21/2015, de 3 de fevereiro, eleger os seguintes representantes dos Grupos Parlamentares para o Conselho Nacional de Educação:

Efetivos:

– Nilza Marília Mouzinho de Sena (PSD)
– Porfírio Simões de Carvalho e Silva (PS)
– Manuel Fernando Rosa Grilo (BE)
– Arlindo Henrique Lobo Borges (CDS-PP)
– Francisco José Santana Nunes dos Santos (PCP)
– Antero de Oliveira Resende (PEV).

Suplentes:

– Maria Eugénia Nobre Gamboa (PSD)
– Maria Odete da Conceição João (PS)
– Mariana Fernandes Avelãs (BE)
– Maria Teresa Monteiro Pires de Carvalho de Noronha e Castro (CDS-PP)
– Maria Júlia dos Santos Freire (PCP
– Maria Dulce Dias Ildefonso Arrojado (PEV).

Aprovada em 20 de outubro de 2017.

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

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E Seria Dinheiro Muito Bem Empregue (Mas É no Condicional Muito Imperfeito e Não No Presente Como no Título)

Mas os sucessivos governos têm outras prioridades, como sistemas que custam quase tanto (e contratados a consórcios mais do que duvidosos ligados ao BPN) e não funcionam quando são mais necessários.  Só falta mesmo dizer que se descongelarem a carreira dos professores haverá maior risco de incêndios.

Professores custam mais 600 milhões/ano

Descongelar carreira docente com pagamento integral dos novos escalões custaria tanto quanto o que o Estado prevê gastar em toda a Função Pública.

A campanha anti-profes está de novo em pleno desenvolvimento. Só falta mesmo dizer que se descongelarem a carreira dos professores haverá maior risco de incêndios.

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Há Plurais que me Escapam

Tenho respeito intelectual por Joaquim Azevedo e reconheço consistência ao seu pensamento, naquele sentido em que escreve e diz hoje o que me lembro de lhe ler e ouvir há décadas.

Mas há uma linha muito clara entre o seu estatuto e o meu. Entre a sua prática profissional e a minha. Portanto, quando ele escreve que somos nós, os professores, que temos de desfazer os nós em que nos enredaram e nos quais nos temos deixado estar enleados“, gostaria de deixar aquin um par de notas:

a) Sei que ambos somos “professores” no sentido lato do termo, mas é muito mais o que nos separa do que o que nos une, até porque Joaquim Azevedo tem décadas de relação estreita e quase sempre pacífica com o poder político, mandato após mandato, com a ocupação de imensos cargos na Corte apenas achando eu que é injusto se não for, daqui a 4 anos, presidente do CNE. Já vai sendo tempo.

b) São poucos os “professores” fora de algumas redes especiais que podem gabar-se de ter uma influência evidente sobre o sentido de algumas políticas educativas, nomeadamente ao nível da municipalização e do desenvolvimento curricular, e participar em parcerias e consultorias para a sua implementação no terreno, através de contratos com autarquias (vejam-se os casos de Lousada, Matosinhos e Óbidos).

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Não estou a dizer que estas práticas são ilegítimas ou ilegais, porque o não são. O que me arrepia é a pronominalização usada.

É que por vezes podemos acreditar que tudo isto é para “nosso” bem. Pois… quiçá, porventura em outra encarnação, mas nem por isso. Há sempre os que, querendo parecer iguais, são mais iguais do que outros.

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