Um daqueles senadores do regime que não se percebe bem porquê (quer-se dizer… passou o prazo de validade na região de origem e veio fazer carreira “nacional”), diz sobre o caso Sócrates que “é desconfortável para portugueses que esteja em causa antigo primeiro-ministro”.
O quê?
Desconfortável, para mim, é ter sido desgovernado anos a fio (e não se trata apenas de 2005-2011) por uma camarilha de cleptocratas. Desconfortável será para quem o elegeu, em especial da segunda vez (no caso da primeira, acordei de uma longa abstenção para não votar nele, porque, enfim, tinha lido o horóscopo da maya aqui na aldeia), para quem o apoiou e para quem beneficiou ou olhou para o lado, enquanto se percebia bem a pouca vergonha em desenvolvimento. E que não se desculpe o senhor deputado da Nação César com a sua insularidade.
Sim, presunção de inocência e certamente “tecnicalidades jurídicas” à valentim ou isaltino, criadas – que curioso! – ali por meio do dito período de desgovernança. Mas há coisas demasiado óbvias, mesmo na Educação que pode parecer insuspeita mas tem um grande orçamento para desvios e coisas manhosas. Aquilo do pedroso foram “micro-pinars”. A parque Escolar é que foi à tripa-forra, mas a pasionária da 5 de Outubro parece que não deu por nada e agora até é cromo, desculpem, par da república no grupo do proença.
Desconfortável, eu?
Nada disso e nem é por questões político-partidárias, é mesmo porque para mim desconfortável é saber que tanta gente pactuou com aquela Situação e agora ainda aparece em prime-time a “comentar”, em alguns casos graças ao abafamento de certas avenças panamianas ou outras.
É que o regime de 2015-11 não foi apenas Sócrates-Salgado-PT. Havia, no mínimo, um quarto mosqueteiro. Raramente, os cadeirões têm apenas três pés.
Desconfortável, eu?

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