Acho que nunca divulguei, na versão mais completa que tenho em suporte digital, o estudo de João Freire, pedido por Maria de Lurdes Rodrigues em 2005 para domesticar e proletarizar a classe docente. A razão devia-se ao facto de ter sido digitalizada uma cópia anotada parcialmente por quem ma enviou e isso poderia ter problemas. Mas, tantos anos depois, sinceramente, acho que isso já não é grande risco e que se ganha muito mais em se conhecer bem o que foi delineado há 12 anos, para ver se há quem se cale com as clubites.
Isto foi tentado, por via do ECD de 2007 (o dos “titulares”), num governo onde estavam diversas das figuras do actual. Claro que não na Educação porque uns não existiam (o ministro Tiago ou a secretária Leitão) e outros estavam apenas a iniciar carreira (o secretário Costa). E quando isto foi tentado em parte, muitos daqueles que agora nos querem “forma(ta)r” de novo ou eram operacionais do terreno (Verdasca) ou já estavam bem instalad@s nos corredores do ME e da “formação”.
Estudo: Freire, J 2005 Estudo Sobre a Reorganização da Carreira Docente do Ministério da Educação.
Já agora e por curiosidade, fica aqui uma análise de um colega que já altura explicava como a maior parte de nós nunca chegaria ao topo da carreira, mesmo que se fizesse tudo como era mandado: EstudoProgressaoCarreira.
Estranhamente (ou não), encontro agora muita gente amnésica, certamente “queimadinha” de todo em matéria de neurónios, coerência e carácter, querendo que acreditemos que isto tudo começou em 2011 (então e os mais de dois anos de finais de Agosto de 2005 a Dezembro de 2007?). E ainda há os imbecis (não encontro forma mais suave de transformar o que penso em verbo, neste caso adjectivo substantivo) que alinham de forma voluntária, acreditando na velha Fé Pedagógica, só porque cheira a Paulo Freire (que é inocente em tudo isto, admito, porque qualquer um pode ver-se apropriado por apóstolos apócrifos) e patchouli,
Que me desculpem os que se lembram e podem achar que insisto demasiado nisto, mas é que há casos de evidentes necessidades educativas especiais por aí, nomeadamente ao nível da compreensão e retenção da informação.

(já agora, mesmo que isto fosse verdade – e eu tenho sérias dúvidas por causa da norma-travão – a proletarização da docência não pode ser a moeda de troca negociada nos bastidores com blocos…)
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