1996

É a data de edição original, em holandês, do livrinho de crónicas Um Almoço de Negócios em Sintra de Gerrit Komrij (Asa, 1999), de que saco este excerto (pp. 52-54):

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O actual PM falou na sua comunicação ao país em problemas “estruturais” no ordenamento da nossa floresta (foi uma espécie de eco da cartilha em circulação desde ontem). Vejamos então alguns dos seus cargos desde 1995, de acordo com biografia oficial no site do PS:

  • Membro do Secretariado Nacional do PS – 1994/2011
  • Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional – 1995/1997
  • Ministro dos Assuntos Parlamentares/Novembro de 1997 (VII Legislatura)
  • Responsável no Governo pela EXPO 98 – desde Novembro de 1997
  • Ministro da Justiça – Outubro de 1999 a Abril de 2002
  • Presidente do Grupo Parlamentar do PS de Abril de 2002 a Março de 2004
  • (…)
  • Ministro de Estado e da Administração Interna de Março de 2005 a Maio de 2007

Acrescente-se:

  • Primeiro-ministro do XXI Governo Constitucional de Portugal desde 26 de Novembro de 2015.

Realmente… foi uma pena não terem existido oportunidades para participar em governos onde se pudesse fazer uma reforma “estrutural” do ordenamento florestal. Mesmo se de 25 de Outubro de 1999 a 6 de Abril de 2002 tenha convivido com um Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território (XIV Governo Constitucional) que nos levanta muitas reservas.

Mentes Queimadinhas

Estas coisas não devem servir para aproveitamentos políticos demagógicos (e há quem os ande a fazer por aí, como se o ex-pafismo apagasse fogos), mas é impossível não ver que há gente que não faz ideia do que anda a fazer, que aceita cargos para os quais não tem qualquer tipo de competência (uns é cartão partidário, outros é serem pseudo-“independentes”) e que parece nada aprender com os erros. Em boa verdade, mais valia calarem-se e tentarem que tudo isto não seja uma completa vergonha…

E estar um partido no governo uns 15 dos últimos 22 anos e acusar a falta de legislação e de ordenamento florestal por tudo isto é uma anedota… até porque foi num governo desta cor que se tomaram algumas medidas absolutamente desastrosas em termos ambientais como os famosos PIN.

Secretário de Estado: Comunidades têm de ser proactivas e não ficar “à espera que apareçam os nossos bombeiros”

“O que falha é a prevenção estrutural”, diz ministra da Administração Interna

Constança Urbano de Sousa defende aumento das medidas de “autoprotecção” para que as comunidades sejam “mais resilientes”. Ministra diz que esta é hora de “acção” e não de “demissão”.

“Eu ia-me embora, ia ter as férias que não tive. Isso resolvia o problema?

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Confusões em Torno do Absentismo Docente (Gualter Staile)

Eu pensava que “absentismo” era quando se faltava, não quando se estava doente, com atestado médico, e outra pessoa nos substituía no local de trabalho. Claro que isso representa um acréscimo de encargos, mas talvez fosse interessante perceber as verdadeiras causas.

No relatório, o Governo não apresenta dados sobre a taxa de absentismo nos vários sectores do Estado, mas destaca a Educação como um dos sectores onde o problema tem expressão. O Ministério da Educação, por outro lado, também não apresenta dados sobre o número de faltas dado pelos professores, nem sobre quantos docentes estão de baixa.

Com cerca de 40% dos professores do ensino público a terem idades iguais ou superiores a 50 anos, o número de baixas médicas tem disparado, como admitiu no ano passado a Secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão. Segundo a governante, esta foi a principal razão pela qual o número de professores contratados bateu recordes em 2016, tendo ultrapassado os 20 mil, mais do dobro do ano anterior.

A situação descrita, constatável a olho sem lentes, tem causas muito óbvias, a maior parte da responsabilidade de quem achou, mandato após mandato, que é espremendo mais e mais que se consegue mais sumo. Em regra, com os humanos isso apenas dá sangue, que não me parece ser a forma mais inteligente de gerir de forma eficaz os recursos humanos.

Boa parte do absentismo docente – claro que com excepções – resulta de estupidez política. Por acção – não apenas das Finanças – ou omissão – daqueles políticos que em off dizem para quem os quer ouvir que a culpa não é deles, pois apenas querem inovar flexibilidades.

Só falta mesmo chamarem o velho gualter para anunciar milhões de faltas dos professores.

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As Oportunidades Perdidas

Ou os heróis da década seguinte. Luís Campos e Cunha admite em 2017 que em 2005 se demitiu por causa de pressões para substituir a administração da CGD e meter lá os varas. A mim o que ocorre questionar é porque esteve ele tanto tempo calado sobre isso e, já agora, porque na altura preferiu meter a língua entre as pernas. Porque, sabendo-se o que sabe, ele poderia ter evitado muitos danos ao erário público. Mas não evitou. Agora… agora, tanto se me faz. Até pode dizer que se demitiu para evitar a fome no Biafra.

Cueca