– João, anda cá, já!
– Anda cá!
– João, vem já para aqui!!
– João!!
(repetir até à quase náusea)
E continuou assim, criança de 3-4 anos, pai ali pelos 30 e poucos, com físico para atemorizar alguém numa disputa de trânsito. O espaço, um centro comercial em dia de domingo. O puto foi para onde queria (entrou a trote por um Imaginarium dentro) e o pai ficou por ali a olhar, perdido, de carrinho de compras à frente.
E a modos que é assim. Quem tem 20, 25, 30 joões e joanas durante a semana que faça “formação“, de preferência em “gestão de conflitos” ou “amochanço generalizado”, porque aquilo vem – em tantos casos – tudo por fazer, porque há ali uns traumas geracionais ou uns peterpans incapazes de impor um mínimo de regras aos meninos da terra do nunca me apetece. Porque confundem isso com qualquer coisa que lhes disseram que é mau ou não querem imitar os pais, sei lá.
Uma para a troca:
Espaço de centro comercial. Esplanada. Domingo. Lia-se o jornal.
Criança de 3-4 anos. Mãe e avó (?) e irmã mais velha sentadas a beber 1 café e comer bolos.
Balões a dar a dar a bater na cabeça de quem se sentava perto.
Criança faz birra, grita, espreneia, agita o balão, deixa cair bolo ao chão, pois que afinal não quer aquele bolo, pisa bolo no chão, levanta-se, puxa pela mãe, avó e irmão que continuam entretidas a falar umas com as outras, sem qualquer atenção prestada à criança. O parágrafo da notícia foi lido para aí umas 4 vezes, tal não era o estardalhaço.
Alguém grita “CHIU!!”. O som saiu mais forte do que era pretendido.
Silêncio. A criança deixa de gritar. Agora é a vez da mãe gritar que está num espaço público.
Explica-se o que tem de ser explicitado sobre o tal de espaço público.
A cena termina com a família a levantar-se e a dizer que se alguém quer silêncio que vá para a igreja
ou fique em casa. E com alguém a segurar-me para ficar sentada e não dizer mais nada.
As minhas intervenções em casos desses são mais cirúrgicas, dirigindo-se de forma mais directa à petizada.
Exacto. É sempre mais pedagógico dirigirmo-nos aos miúdos, porque os pais poucas vezes têm salvação 😉
A admoestação foi dirigida à petizada.
O facto de se dirigir a acção cirúrgica à petizada,,,,,bom têm tido sorte. Neste caso , a ascendência ouviu. E, como seria de esperar, não gostou. E ripostou.
Paciência.
se 20, 25, 30 joões e joanas são assim numa sala de aula, os ‘verdascas e joaquins’ explicam que o prof não é interessante, não sabe apresentar coisas interessantes e está no séc.19…
Uma razoável medida do séc XXI seria a reciclagem destas ascendências ou, quiçá, a cooperação com a AI, tão falada na Web Summit.