A Velha Aliança

Hoje parece que foi o Júdice, um dos advogados para todas as estações do regime, a também debitar a cartilha sobre a avaliação dos professores e a tratar-nos como “raça” (pelos vistos, só faltou dizer, como aquele velho “bom” nazi com um amigo judeu de estimação que até tem amigos professores). Não esqueçamos que foi um eleitor confesso do engenheiro. Fica quase tudo dito de um outrora laranjinha “radical”.

Rai’s parta que apodrecem, mas não caem das cadeiras.

pie-in-face

Pior Que Ser Miserável É Ser Cagarolas e Pós-Verdadeiro

Falo, como deveis calcular, da estirpe dos rodrigosmoitasdedeus (agora mesmo só com minúsculas).

Porque depois da palermice malcriada, passou-se para uma justificação que anda ali arrendondando pela argumentação sem se saber se vai, vem ou o contrário. Tenta dizer que os professores até têm razão, mas não têm. Que até os há dos bons, mas que não são a regra e embrulha-se todo porque sabe que o que disse só é admissível em gente de nível mesmo muito raso, mas ao mesmo tempo não quer perder a face junto do seu público afeiçoado de trintaeuns e meiasdúzias de neurónios.

Desculpem, não vou colocar o link para o post lá dos trintaseuns porque se faço isso a cáfila cai-me aqui e este é um quintal asseado, mas destacarei aqui os únicos “argumentos” que os rodrigosmoitasdedeus usam para justificar os seus ditos espirituosamente polémicos e que há forma de “medir” (porque bocas sobre explicações e tpc’s valem o que valem, são indemonstráveis fora peculiar da bolha mental em que se movem).

a) “Os resultados dos alunos nas escolas públicas são miseráveis. (…) os resultados continuaram os mesmos. Ou pioraram. “

É mentira. E para não dizerem que uso indicadores de tipo suspeito, vou recorrer a um estudo da parceria FFMS/CNE do David Justino sobre os dados dos PISA e sobre a evolução do desempenho dos alunos portugueses:

MiseraveisPISA

Afixe-se:

Portugal com melhores resultados de sempre nos testes PISA

Agora outro “argumento” que retoma, com mais cuidado e algum recuo quanto aos detalhes específicos, o que foi dito no programa da luz apagada da televisão pública:

b) “Temos mais professores contratados turma que a média da união europeia, mais investimento em percentagem do PIB que a média da OCDE e é mais caro manter um aluno na escola pública que numa escola privada.”

Esta posição já revela um recuo no que tinha afirmado no programa da RTP3 (sem que ninguém por lá soubesse contraditar, porque, enfim, é melhor nem comentar aquel@s comentadeir@s), em que disse que Portugal era o 8º país que mais investia em Educação. Passemos por cima daquele início de frase que deverá querer dizer algo que não é bem o que escreveu (muito ensino privado dá esta fluência trôpega na língua materna).

Meia verdade, porque se Portugal investe ou investiu mais do que a média (mas nem está nos 10 primeiros lugares como os desactualizados rodrigosmoitasdedeus afirmam desde 2010), não é isso que se revela nos encargos por aluno, de acordo com o volume mais recente da OCDE sobre o assunto:

MiseraveisOCDEMiseraveisOCDE1

Analisando a evolução da parcela do PIB gasta em Educação, usando os dados da Pordata para uma série longa, dá para perceber em que ano (década?) parou a obsessão de alguns com a coisa:

MiseraveisPIB

Quanto a ser mais caro manter um aluno numa escola pública do que privada só nos pode fazer sorrir, conhecendo a realidade das propinas e outras alcavalas. as contas com os contratos de associação, enfim, são muito diferentes do que se pratica no ensino privado que os rodrigosmoitasdedeus frequenta(ra)m.

Por fim, o resto das diatribes são apenas coisas bilientas que só nos podem fazer sorrir, como esta “funcionalismo com salários e privilégios acima da média da função pública. É que a “média” dos professores é, no mínimo, licenciado, enquanto no resto da função pública não é assim. Pelo contrário, em relação a outros licenciados da função pública, “em média” os professores ganham menos.

Os rodrigosmoitasdedeus só têm uma vantagem em relação a outros “produtores de opinião” do nosso “mercado mediático”. Por observação directa, estou em condições de confirmar que não espumam pelos cantos da boca com a raiva incontida que sentem pelos profes (como parece acontecer a uns que até devem estremecer de antecipação por cada bojarda que disparam a metro). Deve ser o que lhes resta da esmerada educação que uma amiga minha que os conhece de pequeninos garante que tiveram.

Bebe a rir

Topos de Carreira

Porque tem havido imensa desinformação acerca do “topo” salarial da carreira docente, comparando a sua extensão no tempo a outras carreiras da administração pública, é bom que se tenha o cuidado de ver com atenção se os valores são idênticos.

Deixo em seguida os quadros relativos ao 9º (o topo real da carreira docente neste momento) e o 10º escalão (mítico patamar que talvez alguns consigam alcançar com o descongelamento) da carreira docente e o quadro da tabela remuneratória “única”

sALARIOpREOFSalarioProf2SalariosFP

Não é bem a mesma coisa, certo?