Who Let The Dogs Out?

Que pecado teremos cometido, enquanto classe profissional, para ter de chegar ao fim de uma semana cobertos de lama por parte de gente que ou deveria ter vergonha do seu passado – como os restos da máquina socrática de comunicação em blogues e comunicação social – ou mais valia olhar para a forma como as suas virtudes no sector privado não passam de dependências em relação ao Estado que dizem abominar?

As opiniões são livres, mas deveria existir um mínimo de decência em tudo isto e, como há 10 anos, são muito poucos os que, fora da classe docente, conseguem ter coragem para defender os professores desta imensa vaga de bílis despejada desde que se considerou que os professores quererem que o seu trabalho de dez anos conte para a sua carreira é uma crime de lesa-Pátria.

Há algo de profundamente errado e eticamente deformado em tudo isto. Qualquer idiota que teve notas a condizer no seu percurso escolar de forma  a ter de comprar um curso acha-se no direito de apedrejar toda uma classe profissional que o único erro que cometeu em massa terá sido ser demasiado passiva perante este tipo de atentados à sua dignidade.

Regressou o discurso rodriguista dos professores que são uns “privilegiados”, que “não querem ser avaliados”, que “progridem sem mérito”. Está tudo aí de volta… percebendo-se que estava latente apenas porque se achava que proletarizar a docência era humilhação suficiente a juntar a outras maiores ou menores desconsiderações a cada nova “reforma” que lhe limita a autonomia.

Se deveríamos ignorar os ganidos e fazer andar a caravana? Pois, pois… isso seria possível se esta gentinha não se atravessasse no caminho com o seu rasto viscoso.

E eu não sou dos que vira a cara a mais uma, duas, três, quatro, n, chapadas.

Dogs

(e fica bem registado que, mesmo que existam naturais divergências negociais, ninguém no ME, ao longo dos anos e mesmo agora em que alguns se dizem muito amigos dos professores, aparece a explicar a este povoléu emplumado e impresso que os professores merecem respeito público… talvez alguns dos seus apoiantes na blogosfera e redes sociais os pudessem aconselhar a serem menos calculistas… e nem sequer falo do ministro da defesa “radical”, mas dos encobertos que lhe aspiram ao lugar…)

Mas de Onde Nasce Tanta Criatura Labrega?

Uma leitura sobre a auto-apresentação elucida-nos sobre a irrelevância de mais uma destas criaturas mal saídas de cueiros. Temos, pois, um Taxa “socialmente proactivo [sic]” que acha que pode escrever coisas destas:

Num setor público em que todas as profissões são avaliadas, como é que os professores que, durante décadas, nunca dela foram alvo para evoluir nas suas carreiras, se acham no direito de, já sendo privilegiados, nos moldes da sua progressão, o deverem ser igualmente em tudo quanto agora reivindicam? Quer dizer, calma! À vontade é uma coisa, e à vontadinha outra!

Em outros tempos, mereceria uns tabefes para ver se lhe crescia a barba. Nos tempos que correm, merece não ser olvidado ao ponto de achar que pode escapar com baboseiras sem levar umas bengaladas virtuais. Mas quem és tu, ó caramelo? E onde vai o I desencantar estas abencerragens?

rodrigo.alves.taxa

As Coisas Estranhas Que Me Interessam – 3

Há bancos que atravessam crises? Que têm de ser salvos a pulso com o dinheiro da cgd, mais parte da própria administração do banco público? Nem por isso, o segredo deve ter estado sempre no marketing… acima dos 40 milhões de euros de investimento anual entre 2006 e 2011 (não tive paciência para ver mais), tendo sido de mais de 400 milhões no biénio 2004-05. E há uma rubrica deliciosa que é a das deslocações, estadias e representações que só em 2009 descem dos 20 milhões de euros (em 2004-05 o total é verdadeiramente astronómico).

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É um banco privado, são contas deles?

Certo… certo… até terem de ser intervencionados com o dinheiros dos “contribuintes” que tanta gente (moitasdedeus, gomesferreiras, júdices, duques, antónioscostaseconómicos, etc).

Tudo isto é natural e normal na vida de “grandes empresas”? Talvez, mas quando estes gastos multiplicam em muito os usados em “formação de pessoal”, não deixa de ser curioso.

O Outro António Costa

Está ali na TVI24 a perorar sobre o aumento do salário mínimo. Diz que é perigoso. Porque assim se aproxima “perigosamente” da “mediana” e do salário “médio”. A criatura não consegue entender que “perigoso” é o salário “médio” ou a “mediana” estarem em cima do que poderá ser o salário mínimo.

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(do que eu gostava que ele falasse? do momento e razões porque o diário económico fechou… e olhem que até me pediram que escrevesse no último número, mas… isso não tem nada a ver… até porque sempre foi prosa graciosa)