A experiência-piloto do projecto de autonomia e flexibilidade (curricular, para não ficar paf) será declarada um sucesso numa avaliação à saída do ano lectivo em estudo encomendado a um grupo de capuchinhos do isczé já reitorado pela pasionária, com conclusões a tempo de constatar níveis de sucesso a rondar os 102% e o abandono a atingir os -0,7638%. Em seminário aberto a todos os crentes, será revelado que num 231º agrupamento, mantido em segredo até ao momento para não estragar o decorrer da experiência (mais concretamente o agrupamento transversal da Costa da Verdasqueja), a flexibilização do currículo conseguiu níveis ainda maiores de sucesso (107,21%) e de combate ao insucesso (-2,89%), capazes de fazer um finlandês corar de vergonha e qualquer governante singapurense vir a correr estudar a coisa, graças a uma estrutura em trimestres, com um período para cada língua em doses de 50 minutos semanais (a escolher três entre Português, Inglês, Francês, Castelhano e Mandarim), cada ciência “social” (duas a optar entre História Mínima, Geografia Paralela, Sociologia Isczé, Antropologia do Portugal dos Pequenitos e Estudo Comparado das Religiões Ecuménicas com Transmigração das Almas) e cada ciência pretensamente “exacta” (duas a sortear entre Aritmética da Tabuada, Ciências da Natureza Morta, Física Aplicada ao Quotidiano, Química Divertida e Geologia dos Calhaus); num regime anual, com 200 horas semanais ficam as disciplinas de Educação para a Diversidade Transversal, Educação Rodoviária (excepto para futuros ciclistas de fim de semana), Educação para o Empreendedorismo Partidário (sem IVA), Expressões Sortidas com Destaque para os Corpos Danone e Educação para a Zumba na Caneca. Como se perceberá, a soma é de 1150 minutos semanais, muito abaixo das matrizes obesas em funcionamento até 2017 ou escolas arcaicas com professores do século XIX.
Quanto ao recrutamento dos docentes para este novo modelo curricular que implica um novo paradigma formativo inicial e contínuo, será feito com base em actos discricionários da administração, no sentido de se rendibilizarem os recursos e se defender o interesse público, bastando uma formação de 50 horas (25 presenciais) em “boas práticas” a facultar por uma parceria constituída pelo que de melhor se achar no mercado dos porfírios, verdascas e roldões ou outros especialistas em encavalitanço adesivado. No caso de se inscrever nos primeiros quinze dias de Agosto terá direito a acesso ao cargo de coordenador dos novos departamentos curriculares transversais.
Afixe-se!
(Adenda: ia-me esquecendo da disciplina semestral opcional com 50 minutos de Tecnologias Fixes a alternar com Tecnologias Mesmo Maradas.)
Oh meu Deus… Então e a inclusão? E a Educação Física?
Está tudo perdido!
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🙂 tens Zumba na Caneca e Corpos Danone.
Vai ser um corropio mesmo de EE para completar estudos em falta… daí o “sucesso” inaudito.
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Existem extintores no Isczé ?
Tipo Dum-Dum ?
Não se aguenta.
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E aquela instituição de ensino superior , confessional, que gosta de vender cursos aos ”zecos” ? Nada?
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oh…o abandono escolar é elevadíssimo…………………….e onde entra a introdução á carica?
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A malta já nem sabe jogar à carica sem ser virtual.
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Mas achas mesmo que a Lurdes vai ser eleita reitora?
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Tudo é possível. A teia de algum PS por lá é imensa.
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Fantástico este texto.
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Subscrevo as previsões do Paulo sobre o PAFC: os estudos dos avençados no final do ano apontarão para o sucesso !
Como um «artistas» das 236 escolas alistadas no projeto?!!! constato que a música é construtivista, o fato curricular é o mesmo com um redução do pano/português em 25%! (Deve ser para melhorar o sucesso na leitura e na escrita que, segundo os últimos estudos, piorou). Enfim…É a educação!
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Brilhante!
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