A criação do “provedor do leitor” em algumas publicações foi uma tentativa curiosa de dar aos leitores a sensação de terem alguma capacidade de intervenção junto, em especial, dos jornais. A figura de que me recordo melhor é de Mário Mesquita no DN há 20 anos. No Público, jornal que acompanhei mais, as coisas tiveram altos e baixos. Entretanto, a coisa espalhou-se por outros órgãos de informação, incluindo rádios e televisões e, há que dizê-lo com frontalidade, abandalhou-se de uma forma assinalável, sendo que em diversos casos os “provedores” são uma espécie de serviço de resposta automática, mais preocupados em (en)cobrir quem deveriam “fiscalizar” em nome dos leitores do que em servir estes nas suas demandas, em especial quando justa e fundamentadas. Se bem me lembro, muito menos nestes últimos tempos de simulacros, nunca recorri a este tipo de simulacros de provedoria, mas admiro e respeito quem ainda espera que sirvam para alguma coisa mais do que alindar um currículo em fase terminal.
Se estivessem mesmo preocupados com as coisas do rigor e ética informativa, podiam começar por um serviço de fact checking em relação a muita prosa polvilhada de disparates.