Porque tive receio de ser injusto com alguém que desconheço e a quem gostaria de dar uma segunda oportunidade, já que a primeira é má. Tenho dias assim.
Vamos por partes: o director de um colégio lisboeta (preçário aqui) numa recente zona nobre a afluente da cidade, surge nas páginas virtuais do Observador a escrever sobre “os professores e a criatividade na escola”. E escreve, a dada altura, o seguinte:
Escreve outras coisas, mas esta prendeu-me a atenção, porque tinha uma vaga ideia de já ter ouvido o nome de Félix Bolaños antes. Era director de um agrupamento complicado, mas em Janeiro de 2014 afirmava andar a testar novas formas de melhorar os resultados dos alunos que, apesar das experiências, continuavam fracos. Em Outubro desse ano, demitia-se, afirmando que estava “entre dois travões muito grandes: o Ministério da Educação, com a sua excessiva regulamentação e política de recursos humanos, e ainda o conjunto de maus professores que me impedem que isto avance”, ou seja, a culpa do que estava a correr mal era dos outros. Como aqueles professores que dizem que a culpa é sempre do ministério e dos alunos, algo que se lhes critica, dizendo que devem aprender a gerir as coisas.
E que não devem desistir.
Eu compreendo que FB estivesse farto das condições de uma escola pública complicada e se quisesse ir embora. E compreendo que a sua qualidade tenha sido reconhecida para dirigir um colégio em outro contexto social e económico. Virado para as artes e para a criatividade. Tudo muito bem pago, dos serviços ao vestuário obrigatório, do bibe ao casaco polar.
Mas há por aqui uma parte de “lição” que me incomoda, atendendo ao “trajecto”. Porque um bom (ou excelente) treinador não é apenas – ou sequer – aquele que treina o Real Madrid ou os Manchesters com milhões à disposição para contratar só os melhores, nas melhores condições.
Vou dar uma segunda oportunidade, a ver se isto é apenas uma combinação, para mim pouco feliz, de declarações ao longo de um “trajecto” que pode levar a pessoa da depressão à euforia.
O diretor – o indivíduo que depois de atingir o posto se fecha no seu casulo e pensa que é o maior, a última bolacha do pacote, a resposta para todos os males da humanidade. Tendo em conta o apresentado anteriormente e a cultura persistente nesses círculos – ainda assim safam-se muitos, felizmente – o diretor é um indivíduo que não sabe o que é trabalhar na base, seja porque nunca por lá passou, seja porque fez questão de esquecer, e está pouco estimulado para o respeito pelos outros e para a tomada de decisões e desenvolvimento de soluções que promovam o bem comum (eles não fazem a ideia do que é isso porque no seu mundo só eles existem, os outros apenas servem) e não apenas a insuflação do seu ilimitado ego.
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http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/funcao-publica-ste-exige-aumentos-de-2-para-salarios-e-pensoes-193219
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Resposta ao Diretor: “Suck my Balls”
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Já para não falar da qualidade da língua neste excerto. Estou na dúvida se será português da Guiné Equatorial…
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Conheço bem este senhor enquanto diretorzeco.Vive num mundo da lua e não desce a terra. Devia dizer que ele por seu turno de experiência de professor tem um par de anos…, mandar bitaites é fácil… e por os professores como cobaias é outra. Nesta escola cada professor tinha que ter um projeto… tipo arquiteto….mandar numa escola onde todos são contratados é fácil fazer ditatorial e Beja mão…saudades nao deixa nenhumas….na escola privada ou pública o senhor é megalómano é uma nulidade…
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