A Portaria das Vagas Que Não Define As Vagas

É a 29/2018, de ontem, 23 de Janeiro, mas só define as “regras”, pois o ” número de vagas para a progressão ao 5.º e 7.º escalões é estabelecido por total nacional por cada um dos escalões, e fixado anualmente por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da educação.”

E isto vai dar buraco, porque a parte gira é que querem descentralizar as coisas, mas depois – para isto – já querem uma lista nacional. Ora… a forma como as escolas e agrupamentos procedeu à avaliação dos docentes nos últimos anos está muito longe de ser uniforme.

O artigo 6º define que:

A progressão ao 5.º e 7.º escalões opera-se nos seguintes momentos:

a) Para os docentes que tenham obtido as menções qualitativas de Excelente ou Muito Bom na avaliação do desempenho imediatamente anterior à progressão – nos termos da alínea a) do n.º 8 do artigo 37.º do ECD;

b) Para os docentes que tenham obtido a menção qualitativa de Bom na avaliação do desempenho imediatamente anterior à progressão – nos termos da alínea b) do n.º 8 do artigo 37.º do ECD, considerando-se a data da obtenção da vaga a da respetiva abertura do procedimento.

Ora… quem está nas condições da alínea a) já teve de escapar ao mecanismo das quotas para as “menções qualitativas”. Os da alínea b) levam com elas em dupla dose. O complicado é que a “avaliação do desempenho imediatamente anterior” (ao que parece, já não é possível recuperar avaliações anteriores) pode conduzir a situações meio dúbias e a menos que sejamos uma ex-ministra a concorrer a reitora sem apresentar a sua avaliação, há sempre malta a ser lixada e a continuar a ser mal paga.

Manga

A Ver Se Nos Entendemos

Se o tempo durante o congelamento continua sem contar para a progressão na carreira, descontando fazer-se o relatório anual de auto-avaliação para efeitos de arquivo, que moralidade há para andar a pedir aos professores que apresentem avaliações e formação nesse período? Se entre 2011 e 2017 (ok, estou a deixar o período de 2005 a 2007 de fora por comodidade) tudo esteve parado e esse tempo não conta, como é exigível que tenham sido feitas avaliações e formações para efeitos da progressão que não existiu?

Estou baralhado. Ou melhor, não estou nada baralhado. Estou é a achar isto para além do reino da palhaçada. E estou a pensar em especial no acesso aos escalões com direito ao privilégio das quotas.

gelo

Aplaudo e Subscrevo…

… o que escreve o Arlindo por muito que a aliança eduquesa (benzósdeus todos que são devotos e nunca pecaram, tamanhas são as boas intenções que lhes valerão o Céu dos orçamentos mínimos para a Educação) Católica do Porto/SE Costa se esforce por dizer o contrário, ignorando os custos ocultos deste tipo de truques.

Por Muito Que Ouça Falar Nos Custos de uma Retenção

… não consigo ser adepto dos projetos onde todos os alunos passam, independentemente do número de negativas.

Mesmo que depois existam milagres e tentativas de encontrar soluções para recuperar os seus atrasos.

Posso estar atrasado no tempo e precisar de aprender muito para fazer isso. Mas duvido que alguma vez consiga seguir esse caminho.

Mas por aqui falou-se disso hoje.

Bigorna

(estou mortinho de perceber que esta coisa da autonomia e flexibilidade será apenas uma forma de responsabilizar as escolas por não passarem os alunos, agora que têm 25% de liberdade para fazer foguetórios e arraiais todo o ano...)

Sensações Transversais

Parece que é assim que está a ser feita uma avaliação “sólida” da coisa:

“Tenho visitado inúmeras escolas que estão já neste projeto-piloto de autonomia e flexibilização curricular e sinto os alunos implicados e a trabalhar transversalmente com a ideia. Permitimos à escola que use 25 por cento do seu currículo num tema em concreto ou a trabalhos de grupo”, frisou.

Cocegas