Por muito que nos queiram fazer acreditar no contrário, as regras de assiduidade nos cursos profissionais são dificilmente exequíveis para alunos que, em tantos casos, se distinguiam exactamente pela falta de assiduidade. E o mesmo se passa nas turmas “regulares”, já agora, com diversos alunos. Há quem opte pela ficção de aceitar tudo o que é justificação, para não aumentar o “abandono”, mas depois aumenta o insucesso porque os alunos nem aos momentos de avaliação (ou recuperação) vão. Os números do abandono penalizam mais a “escola”, mas os do insucesso reflectem-se mais directamente sobre os professores e as disciplinas. Há estratégias diferentes para lidar com as situações. Recentemente, conheceram-se dados sobre o aumento do “abandono”. Eu acho que ele não aumentou na realidade, apenas passou a não estar disfarçado ou diluído no insucesso. Porque há limites para a cosmética da falta de assiduidade dos alunos e apara a tolerância na aceitação de justificações que desafiam a plausibilidade ou o próprio respeito por quem aceita tais truques. E há limites para serem sempre os professores a assumirem a culpa pelo que não é, mesmo, sua responsabilidade.
Um dos nossos grandes problemas ao lidar com certos fenómenos educativos é acreditar em algumas representações legislativas ou estatísticas do que acontece na realidade.