Num regime democrático pleno, a crítica ao comportamento dos agentes políticos concretos, nomeadamente governantes, deputados ou o próprio representante máximo do regime (presidente) significa uma crítica ao próprio regime, quiçá mesmo um “ódio” a esse regime e o desejo da sua destruição?
Sabemos que em regimes totalitários, baseados no culto do chefe e na sua infalibilidade, as críticas ao líder são tomadas como uma crítica ao todo, ao regime político em vigor, ao Estado ou à própria Nação.
No entanto, em democracia desenvolvidas, as críticas à classe política e aos seus excessos é um dos maiores sinais de vitalidade democrática. Concretizando: criticar-se, no passado, Cavaco Silva, presidente eleito pela maioria dos portugueses que foram votar para o efeito, era estar contra a Democracia ou mesmo a República em Portugal? Estar, nos dias de hoje, contra Trump nos EUA é estar contra a democracia americana?
As respostas são tão óbvias que uma pessoa sente que ter a necessidade de voltar a colocar questões como estas, só porque se critica a prática de alguns sindicalistas, só pode ser sinal da menoridade democrática de muita gente que bate no peito com saudades de listas únicas e mordaças a qualquer tipo de contestação aos chefes de matilha, desculpem, quadrilha, desculpem, clique.
A liberdade é isto mesmo. E a democracia, por maioria de razão.
(mas os “fascistas” funcionais discordam…)
E, já agora, se a crítica a uma organização que se diz democrática só pode ser feita pelos que usam a camisola e pagam as quotas, como podem certas pessoas achar-se na legitimidade de criticar forças partidárias a que não pertencem?